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Sou pároco da Paróquia São Judas Tadeu de Poços de Caldas - Coordeno a Pastoral da Juventude Setor Poços - Diocese de Guaxupé - vivo para servir e sirvo para viver!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Jesus dos pobres

Era mês de maio, aquele frio de madrugada, o vento batia forte em meu rosto. Não desanimei por causa do frio. Fiquei firme ali esperando para começar a Santa Missa naquela praça da cidade. Rodeado de mendigos, meninos de rua, prostitutas, pessoas que nada podem contribuir para a sociedade.
Eram 3 horas da manhã. Na praça estava montado um pequeno altar com uma vela que teimava ficar apagada por causa do vento. E era uma mulher da vida que estava toda hora ascendendo a vela com o mesmo isqueiro que muitas vezes usava para ascender seu cigarro.
As flores que estavam no altar foram colocadas por alguns jovens. Suas mãos que de dia ficam estendidas pedindo dinheiro ou comida estavam agora estendidas ao altar oferecendo dádivas ao Senhor.
Enquanto todos iam chegando e sentando ao chão, alguns queriam antes confessar seus pecados para depois poderem participar da comunhão. E eu com muito carinho os escutavam e depois voltavam a se sentarem com um sorriso lindo que transparecia alívio.
Chegava gente de toda parte da cidade. Mas gente sofrida e excluída. Gente que de dia eram obrigados a desaparecer.
Pergunto se posso começar, mas alguém me diz que se pudesse esperar um pouco, pois o Sô Zé ainda não tinha chegado. Um velho homem, querido por todos. Como se fosse o ancião da turma.
Com sua chegada começo então a Santa Missa. Já eram quase 4 horas da manhã. E entre orações e palavras a Palavra de Deus se fazia presente no coração de cada um. Isso nos faz lembrar o Jesus que sempre estava junto do povo mais sofrido do seu tempo, não era um Jesus que andava com poderosos e estudados, mas era o Cristo dos pobres e dos marginalizados.
A hora da consagração faz com que todos dobrem seus joelhos perante o Jesus Sacramentado. Momento lindo. Joelhos ao chão, assim como o do próprio Jesus que caiu três vezes com sua cruz.
Muitos comungaram do Corpo e Sangue de Cristo. Outros já não se acharam dignos. Não por si mesmo, mas porque a sociedade ainda teima em julgar quem pode e quem não pode ter Jesus. Mas esquecem que nada e ninguém podem separar o filho de seu Deus.
Depois da Santa Missa chega uma sopa gostosa para abrandar o frio.
E naquela noite os preferidos de Jesus foram alimentados pelo alimento físico e pelo espiritual, pois ambos esquentaram seus corações.

E de repente acordei deste meu sonho.

Estava em casa, deitado na minha cama.

Que pena que preciso sonhar para ver o desejo de Deus acontecer.

Padre Bruce.

Um comentário:

Wender... disse...

Breve o sonho vai se concretizar...
=]