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Sou pároco da Paróquia São Judas Tadeu de Poços de Caldas - Coordeno a Pastoral da Juventude Setor Poços - Diocese de Guaxupé - vivo para servir e sirvo para viver!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Encontrar a felicidade na felicidade dos outros

Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles, podia sentar-se na cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos pulmões.
A sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias... E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao companheiro de quarto, todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela. O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela. A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes a cariciavam a paisagem e uma ténue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte. Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os olhos e imaginava a pitoresca cena. Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas. Dias e semanas passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os banhos e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para quelevassem o corpo. Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo quesim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto. Lentamente e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo! O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela. A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. "Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...".
Moral da História: Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada. Se queres sentir-te rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.
"O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que lhe chamam o presente".

O Bordado

Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito. Eu me sentava perto dela e lhe perguntava o que estava fazendo.
Ela me respondia que estava bordando.
Eu observava seu trabalho de uma posição mais baixa de onde ela estava sentada, e sempre lhe perguntava o que estava fazendo, dizendo-lhe que de onde eu estava, o que ela fazia, me parecia muito confuso.
Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente dizia:
-“Filho, saia um pouco para brincar e quando terminar meu bordado te chamarei e te colocarei sentado em meu colo e te deixarei ver o bordado de minha posição”.
Perguntava-me por que ela usava alguns fios de cores escuras e por que me pareciam tão desordenados de onde eu estava.
Minutos mais tarde, escutava-lhe chamando-me;
-“Filho, vem e senta-te em meu colo”.
Eu o fazia de imediato e me surpreendia e me emocionava ao ver a formosa flor e o belo entardecer no bordado. Não podia crer: de baixo parecia tão confuso e desordenado, porém, não me ocorria que no plano acima havia um desenho; só o estava seguindo!!!
Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado o céu e dito:
-“Pai, o que estais fazendo”?
Ele responde:
“-Estou bordando tua vida”
“-Mas, está tudo tão confuso; em desordem”. Os fios parecem tão escuros, por que não são mais brilhantes?
O Pai parece dizer-me:
“-Meu filho, ocupa-te de teu trabalho... e eu farei o meu; um dia, te trarei ao céu e te colocarei em meu colo e então verás o plano, da minha posição”.
“Bem aventurados aqueles que sonham; levarão a esperança a muitos corações e correrão o doce risco de verem o seu sonho realizado”.

Dom Helder Câmara