Seja bem vindo!

Sou pároco da Paróquia São Judas Tadeu de Poços de Caldas - Coordeno a Pastoral da Juventude Setor Poços - Diocese de Guaxupé - vivo para servir e sirvo para viver!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Meu maior sonho da vida é morrer...

A vida é feita de sonhos. E os verdadeiros sonhos são aqueles que sonhamos acordados. Muitos sonham em ter a vida transformada, conseguir algo muito impossível, ter belas coisas matérias. Alguns sonham com os pés no alto e outros sonham com os pés no chão.
Eu também tenho meus sonhos. Alguns já conquistei. Sonhos verdadeiros demoram um pouco para se realizar. Outros sonhos que tenho ainda há de vir.
Mas tem um sonho que não sai da minha cabeça.
Sonho e desejo poder morrer por alguém. Poder dar a vida por alguma pessoa. Salvar uma pessoa. Já que vou morrer mesmo, porque vou desperdiçar minha vida morrendo de outras coisas que não fazem de mim um sacrifício vivo e agradável.
Ah, eu morreria tão feliz. Morreria tão completo de minha missão cristã, pois meu mestre, meu pastor, meu Jesus morreu por várias vidas. E quisera eu ter a graça de morrer semelhante ao meu amado Jesus.
Morrer a cada dia já morro. Pois quando renuncio satisfazer minhas necessidades para viver para os outros eu morro um pouco mais para mim mesmo. E assim também sou feliz, muito feliz.
Desejo agora morrer definitivamente pelo meu próximo para que eu possa viver ainda mais.
Morrer igual Jesus para viver sempre!!!

Padre Bruce

terça-feira, 22 de setembro de 2009

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Voce faz isso?

Você ja percebeu que das coisas mais incríveis que podemos fazer sem dedicar muito esforço é idealizar pessoas e situações. Parece que o idealizar é tão natural como respirar.
A própria palavra já diz, a gente idealiza, faz uma idéia de pessoas e fatos e acredita firmemente que é pura verdade. Talvez seja por isso que existam tantas decepções em nossas vidas. Porque nem tudo acontece como queremos. Em algum momento alguma coisa sai diferente daquilo que pensamos e idealizamos.
Vamos imaginar que você dará uma festa neste próximo final de semana. Eu lhe pergunto: qual é o melhor da festa?
Pense um pouco. Responda para você mesmo. Qual é o melhor desta festa que você dará.
Talvez você respondeu que o melhor da festa é o bolo, ou as pessoas, ou a presença daquele amigo que você indispensável, ou será as musicas que o DJ preparou. Mas aqui entre nós, e se no dia da festa o bolo tiver azedo, a festa fiquei vazia, ou a pessoa que você mais queria que estivesse lá não teve como comparecer, ou o DJ ficou doente e não teve musicas.
E agora?
Agora da para responder qual foi o melhor da festa: foi esperar por ela. Porque dias antes da festa você a idealizou, sonhou com a festa, ficou ansioso, desejou chegar aquele dia rapidinho.
Se eu falo para você que tenho uma casa na praia, perto do mar, com um coqueiro na frente, com uma piscina linda, você já começa a idealizar essa casa, pensa na sua aparência, sua cor, seu formato, pensa nos detalhes que lhe descrevi. Acredita que tudo seja lindo e maravilhoso. Mas, na verdade a casa está caindo aos pedaços, o mar é sujo e impróprio para banho, o coqueiro está morto e a piscina está seca.
Assim fazemos também com as pessoas, amigos, namorados, maridos e esposas. Nós idealizamos, queremos que elas sejam do jeito que pensamos, criamos uma pessoa que ás vezes é tão diferente da realidade. Daí surge essa famosa frase: “eu nunca imaginava que você fosse capaz”.
Não importa o quanto você uma pessoa, um dia ela vai acabar te machucando, fazer chorar, e até decepcionar. Porque ela é humana como você. Quanto mais acreditamos nas idealizações que fazemos, mais sofremos. Não importa se uma pessoa não a ama como você idealiza, isso não quer dizer que ela não te ama.
Idealizamos as pessoas como se elas fossem as mais perfeitas, as mais santas. Bobagem. Muitas vezes o erro está em ter a cabeça nas nuvens e não querer ver que a imperfeição faz parte de todo ser humano.
Não podemos evitar de idealizar coisas e pessoas, mas podemos aprender a ter os pés nos chão e acreditar que tudo e todos merecem um recomeço, uma chance não de ser perfeito, mas de buscar a perfeição.

Padre Bruce

Vamos rir um pouco?

Ultimas frases ditas antes de morrer:

Corte o fio vermelho, eu tenho certeza !
Pode subir que agüenta mais um ...
O que acontece se eu apertar este botão ?
Vou riscar um fósforo ...
Eu não levo desaforo para casa !
Essa vai passar perto !
Deixa comigo ...
Não puxe o pino !
É uma cirurgia simples ...
Você não é homem para apertar o gatilho !
O que não mata, engorda !
Vou te denunciar !
Este avião está descendo muito rápido !
Agora só falta um ...
Buraco? Que buraaaaaaaaa...
Atchim ! (dentro do armário)
Vai que dá !
Por aqui é mais rápido ...
Não se preocupe, eu sei nadar ...
Posso ver uma luz no final do túnel se aproximando rapidam...
Ou vai ou racha !
Fique calmo, vai acabar tudo bem !
Não vem vindo carro não, pode ir ...
Não é nada disso que você está pensando, eu posso explicar tudo !

domingo, 20 de setembro de 2009

Eu decidi

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido.
Deixei de me importar com quem ganha ou perde, agora, importa-me simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.
Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar a alguém de 'Amigo'.
Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, 'o amor é uma filosofia de vida'.
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser a minha própria tênue luz deste presente.
Aprendi que de nada serve ser luz se não vai iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos são somente para fazer-se realidade.
E desde aquele dia já não durmo para descansar...
Agora simplesmente durmo para sonhar.

sábado, 19 de setembro de 2009

Campanha para doação de medula óssea!

* Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, e se recompõe em apenas 15 dias.

* Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.

* Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.

* Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.

* A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.

* A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de UMA EM CEM MIL!

Resumindo: quando você é convidado a participar de uma campanha como esté que terá no dia 25 de setembro aqui em poços, não é pra você já chegar doando o material de sua medula, mas primeiro você faz um exame para ver se seu sangue pode ajudar alguém que precisa. E se exame mostrar que você é compativel a alguém, ai sim é feita a doação.

Aqui entre nós, você ja imaginou ter o privilegio de salvar uma vida?

Venha ajudar, porque um dia pode ser você ou alguém que você ama muito que precisa de uma doação!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009


Onde é que você vai com tanta pressa?

Onde é que você vai com tanta pressa

Com esse ar de quem tem muito o que fazer

Se eu posso lhe pedir alguma coisa eu lhe peço: senta aqui

Como um dia eu sentei naquele poço

E a amizade visitou meu coração

Fui amigo e o esposo que faltava e hoje pode ser também assim

Os seus olhos me revelam tanta sede e não sou indiferente a sua dor

Mas tem coisas que não faço, não são minhas, dependem somente do seu querer

O milagre se dará por duas vias

Uma é minha e a outra deixo pra você

Se você trouxer a mim a sua água eu devolvo vinho


Chega mais perto, não tenha medo

Não diga nada, silêncio é palavra que não faz segredo

Se for preciso enxugo o seu rosto

Lágrimas são fragmentos de história que posso entender


Eu lhe vejo entrelaçado em tantos erros

Machucando tanta gente sem saber

Infeliz vai se tornando pouco a pouco, por favor, queira voltar

Não prometo dar-lhe um jardim de flores

Mas prometo a força pra poder plantá-lo

E asseguro no cultivo estar bem junto, se preciso, lhe consolar

Cantaremos a semente germinada, podaremos o que não puder crescer

Cada poda há de ter ensinamento eu vou lhe ajudar a compreender

Sou o verbo do princípio feito carne

Sou o Deus que resolveu ter coração

E hoje está sentado à beira deste poço

Mirando o seu rosto, na voz deste moço, lhe dando um recado

Que se for possível espero visita, não tarde em chegar

A casa é a mesma, o mesmo endereço, espero por lá

Chega mais perto.


Padre Fábio de Mello

O que amo na Igreja

Acho que o Papa deveria promulgar uma encíclica tornando obrigatório o uso do Latim nas coisas da Igreja. Assim eu me converteria. Os padres modernosos, que gostam de ensinar e conscientizar, dirão que o latim ninguém entende. Retruco: pois só assim eu me converteria. Seria preciso que eu não entendesse nada. Os carismáticos estão certos. Falam línguas estranhas, e nessa estranheza se encontram com o seu Deus. Um Deus que se compreende não pode ser grande coisa. Um mar que se compreende não passa de um aquário. A. Gottlieb disse que os seus símbolos favoritos eram aqueles que ele não entendeu. Digo amém. Por isso amo o latim: porque não o entendo. Como não entendo os riachos, os pássaros, o vento, as minhas netas, e os amo todos.

Minha educação foi protestante. Os protestantes tinham raiva dos católicos. E com razão. Latim era coisa de padre. Por isso protestante não estudava latim. Assim, não aprendi. Mas amo o latim por causa da música. Cristal puro. Beleza das esferas cósmicas. Se papas, bispos e padres só falassem latim eu me converteria à Igreja: precisamente por não entender a letra da música que eles cantam, e ouvir a melodia do brando encanto do seu canto.

Tenho uma teoria sobre o Pentecostes. Como é sabido, naquele dia os apóstolos falaram a língua que sabiam falar, e todo mundo ouviu como se fosse nas próprias línguas estranhas que eles, turistas estrangeiros, falavam. Para mim só existe uma possibilidade de explicação desse milagre. Eles não falaram. Eles cantaram. Ali se inventou o vocalise. Vocalise é uma canção sem palavras. A voz é usada como um instrumento. Pura voz, pura música, pura beleza, sem sentido, sem nada dizer. Por isso, por nada dizer, todo mundo entende. Quem não sabe sobre que estou falando que escute a Bachianas Brasileiras n. 5, para soprano e oito violoncelos. Ou a Pavana, de Gabriel Fauré, cantada pela Barbra Streisand. A beleza não precisa do sentido. Ela salva sem nada dizer. Sim, eu me converteria a uma religião onde as palavras fossem silenciadas para que a música pudesse ser ouvida.

Assim fico eu diante da Igreja, repetindo o poema do Ricardo Reis:

“Cessa o teu canto.
Cessa, porque enquanto o ouvi
ouvia uma outra voz
como que vindo nos interstícios
do brando encanto com que o teu canto vinha até nós...“

Não quero entender nada do que se diz. Na verdade, não quero que coisa alguma seja dita. “A Palavra“, diz a Adélia, “é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda, foi inventada para ser calada.“

Neste momento estou ouvindo canto gregoriano da Schola Ungarica. Agora entraram as vozes femininas dos meninos. Cantam em latim. Que estão dizendo? Sei lá. E nem quero saber. A beleza me basta. A beleza faz amor com o corpo. Por isso ele treme e chora. As palavras ficam na cabeça. Lembro-me do dito por Kierkegaard, um filósofo protestante que entendia dessas coisas: “A Verdade não está naquilo que é dito mas no como ele é dito.“ Deus não está na letra. Está na música.

Para amar a Igreja eu paro de pensar. É preciso fazer dormir a minha inteligência. Recito o verso o Alberto Caeiro: “Pensar é estar doente dos olhos“. Cessado o pensamento eu me transformo num ser só de sentidos, do jeito mesmo como nasci. Eu sou olho, ouvido, nariz, boca, pele. Vejo, ouço, sinto cheiros, sinto gostos, sinto toques. Amo a Igreja por suas artimanhas erotizantes, por aquilo que ela faz com os meus sentidos.

O canto gregoriano continua. Vai fazendo sua tarefa de sedução sensual. Penetra suavemente nos meus ouvidos como uma macia serpente de veludo, até atingir o centro da minha alma onde se localizam os meus pontos erógenos. Cada sentido tem pontos erógenos que lhes são peculiares. Me entrego à melodia. Estou derrotado. Esse canto gregoriano, talvez a maior produção da Igreja Católica no campo da música (como se sabe J. S. Bach era protestante) me faz esquecer tudo o que disseram teólogos, bispos e papas em todos os séculos de vida (e morte) da Igreja.

A sedução da música não pára aí. Amo os sinos. Para mim, um dos mais belos versos da língua portuguesa é o escrito pelo Álvaro de Campos: “Todo cais é uma saudade de pedra.“ Eu acrescento: “E todo sino é uma saudade de bronze.“ Os cais anunciam partidas e distâncias. Os sinos anunciam mundos que não existem mais. Não há nada mais contraditório que o repicar dos sinos nas cidades grandes. Às cidades pertence o barulho das buzinas, dos trios elétricos, dos alto-falantes. A música dos sinos é uma borboleta que entra na cela de uma prisão. Ela fala de mundos que só existem na saudade. A sua música nos vêm de lugares indefinidos num passado distante. Como eu acho que Deus mora é na saudade, o repicar dos sinos, que nada diz e nada significa, é um altar construído com sons. Fosse eu o Papa e ordenaria que os sinos fossem tocados três vezes por dia: às seis da manhã, ao meio dia e às seis da tarde. Os sinos fariam o corpo se lembrar de Deus mais que muitos sermões.

Onde estão eles, os sinos? Sei não. A Igreja se modernizou. Acho que ficou com vergonha de suas coisas antigas. Em São Paulo havia um seminário e no centro do pátio havia um sino que marcava o ritmo da vida. O sino desapareceu. No seu lugar, uma coisa moderna, uma cigarra estridente, parecida com voz clerical.

E a sedução dos olhos? As terríveis telas de Grünenwald, os Cristos crucificados mais horrendos que jamais vi, os pesadelos de Bosch, os transparentes Cristos de Salvador Dalí, as madonas de Rafael, a Pietà de Michelangelo. O protestantismo não produziu nada que pudesse se comparar a essas obras de arte, por medo da idolatria. O protestantismo sempre teve medo da beleza em sua objetividade plástica: é muito fácil que o encantamento do belo transforme o belo objeto em fetiche. Para não correr o risco da tentação os protestantes seguiram à risca o conselho evangélico: arrancaram os olhos.

Parei um pouco de escrever para folhear um maravilhoso livro que comprei - Le Vitrail (O vitral). Ali se encontra a arte do trabalho com os vidros, as cores, as transparências, a luz. Ah! Como é maravilhosa uma catedral gótica quando a luz do sol se filtra através do vitral. Isso não pode se transformar em ídolo. É como o arco-íris: não pode ser tocado.

Amo os vitrais. Foi uma maravilhosa poetisa, a Maria Antônia, professora em Mato Grosso, que me ensinou que a alma é um vitral.

“A vida se retrata no tempo
formando um vitral,
de desenho sempre incompleto, de cores variadas,
brilhantes, quando passa o sol.
Pedradas ao acaso
acontece de partir pedaços,
ficando buracos irreversíveis...“

E amo também os espaços vazios das catedrais góticas, por onde a alma voa. E os mosteiros e seus claustros, os jardins, as fontes, as ervas. Também amo o incenso, erotização perfumada do meu corpo.

Vocês devem ter entendido: amo, na Igreja, tudo aquilo que saiu das mãos dos artistas. Mas, quando ouço as explicações do teólogos e mestres, o encanto se quebra e eu desejo que eles tivessem falado em latim, para que eu não tivesse entendido. A letra acaba com a música. Por isso, só desejo repetir o dito pelo Ricardo Reis: “Cessa o teu canto...“ Deixa que a Beleza, sem palavras ou catecismos, evangelize o mundo. Deus é Beleza.

Rubem Alves (Transparências da eternidade, Verus, 2002)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009


Penitência

Dia 12 de setembro fui convidado a dar uma palestra no Encontro de Casais com Cristo da Paróquia Nossa Senhora das Graças e o tema foi "Penitência". Dentre alguns pontos que quis frisar na palesta falei sobre a origem grega da palavra "penitência" que é "metanose" que quer dizer mudando de atitude, mudança de pensamento.


Partindo deste ponto podemos perceber que penitência não é uma solução mágica para o pecado, mas é um gesto concreto que precisamos ter para mudar nossas atitudes ou pensamentos que precisam mudar.
Penitência não é algo imposto por um Deus castigador, pois acreditamos que essa imagem de Deus ja caiu por terra a muito tempo. Mas quando após a confissão o padre pede ao perdoado que faça sua penitência não é que Deus esteja agora dando um castigo para aquele que pecou, mas porque a pessoa precisa perceber que o fato de existir tal pecado é preciso agora mudar de vida. Por exemplo, como aquela mulher que confessou ter praticado o aborto. A penitência que o padre lhe passou foi que ela cuidasse agora de crianças de orfanatos. Tudo isso para mudar seu modo de pensar e agir (metanose).
Deus não nos julga pela nossas fraquezas ou limitações, mas olha para nós com carinho e compaixão e está a todo momento querendo nos mostrar que podemos sim mudar de vida e de atitudes, pois se temos fraquezas, com Ele somos fortes, se temos limitações, com Ele podemos ir muito além de nossas forças.
Porque Deus sabe que a dureza de sua Palavra só será compreendida a medida em que o coração do ser humano souber ser amado por Deus. Pois a Palavra de Deus é dura sim, como diz as escrituras, pois não nos diz aquilo que queremos ouvir e sim aquilo que precisamos ouvir.
Ninguém melhor que o Deus que é amor sabe que o amor é a porta de entrada para qualquer transformação.
E o Sacramento da Penitência (metanose) existe porque, muito mais que confessar nossos pecados, estamos confessando nossas fragilidades, pois acreditem nisso: a gente fracaça por não saber mostrar nossa fragilidade. E na confissão estamos mostrando que não somos perfeitos, e sendo imperfeitos precisamos ser completados pelo Deus perfeito, pois Ele sabe amar e nos ama ainda mais no Sacramento da Confissão, momento em que não é nossos pecados que estão sendo ressaltados, mas é o amor de Deus que nos compreende e sempre nos perdoa.

Padre Bruce.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009


Jesus dos pobres

Era mês de maio, aquele frio de madrugada, o vento batia forte em meu rosto. Não desanimei por causa do frio. Fiquei firme ali esperando para começar a Santa Missa naquela praça da cidade. Rodeado de mendigos, meninos de rua, prostitutas, pessoas que nada podem contribuir para a sociedade.
Eram 3 horas da manhã. Na praça estava montado um pequeno altar com uma vela que teimava ficar apagada por causa do vento. E era uma mulher da vida que estava toda hora ascendendo a vela com o mesmo isqueiro que muitas vezes usava para ascender seu cigarro.
As flores que estavam no altar foram colocadas por alguns jovens. Suas mãos que de dia ficam estendidas pedindo dinheiro ou comida estavam agora estendidas ao altar oferecendo dádivas ao Senhor.
Enquanto todos iam chegando e sentando ao chão, alguns queriam antes confessar seus pecados para depois poderem participar da comunhão. E eu com muito carinho os escutavam e depois voltavam a se sentarem com um sorriso lindo que transparecia alívio.
Chegava gente de toda parte da cidade. Mas gente sofrida e excluída. Gente que de dia eram obrigados a desaparecer.
Pergunto se posso começar, mas alguém me diz que se pudesse esperar um pouco, pois o Sô Zé ainda não tinha chegado. Um velho homem, querido por todos. Como se fosse o ancião da turma.
Com sua chegada começo então a Santa Missa. Já eram quase 4 horas da manhã. E entre orações e palavras a Palavra de Deus se fazia presente no coração de cada um. Isso nos faz lembrar o Jesus que sempre estava junto do povo mais sofrido do seu tempo, não era um Jesus que andava com poderosos e estudados, mas era o Cristo dos pobres e dos marginalizados.
A hora da consagração faz com que todos dobrem seus joelhos perante o Jesus Sacramentado. Momento lindo. Joelhos ao chão, assim como o do próprio Jesus que caiu três vezes com sua cruz.
Muitos comungaram do Corpo e Sangue de Cristo. Outros já não se acharam dignos. Não por si mesmo, mas porque a sociedade ainda teima em julgar quem pode e quem não pode ter Jesus. Mas esquecem que nada e ninguém podem separar o filho de seu Deus.
Depois da Santa Missa chega uma sopa gostosa para abrandar o frio.
E naquela noite os preferidos de Jesus foram alimentados pelo alimento físico e pelo espiritual, pois ambos esquentaram seus corações.

E de repente acordei deste meu sonho.

Estava em casa, deitado na minha cama.

Que pena que preciso sonhar para ver o desejo de Deus acontecer.

Padre Bruce.

Cachorro velho


Esses dias estava eu na Igreja adorando o Santíssimo Sacramento. Lá estava meu Jesus exposto, sobre um lindo altar, ornado com flores lidas. A igreja estava com poucas luzes, uma melodia instrumental quebrava o silêncio.
Clima gostoso. Tudo calmo. Sem a correria do dia-a-dia, sem a falação das pessoas e sem a minha própria falação. Sem ter que resolver alguma coisa imediatamente.
E de repente o esperado aconteceu: adormeci. Aos poucos meus olhos foram se fechando, minhas ondas celebrais se acalmando. A imagem do altar e do meu Jesus exposto foram ficando cada vez mais longe. E me entreguei ao cansaço físico e espiritual.
Em questão de segundos, sonhei. Alias, mais que um sonho me veio a lembrança uma imagem que estava guardada no meu inconsciente e que aquele momento aflorou. A imagem que me veio foi aquele que vi quando estava eu fazendo visitas missionárias a uma comunidade rural. Cheguei à casa de uma família e lá moravam um casal de velhinhos.
Fui recebido com muito carinho e amor, rezamos em torno da mesa da cozinha. Depois partilhamos de um café gostoso, feito na hora e de um bolo de fubá.
Quando quis ir embora fui convidado a sentar na sala para terminar aquele prosa de conversa. E foi o que fiz. Sentei-me num sofá de três lugares, ao meu lado sentou aquela senhora de aparência tão calma e numa poltrona no meio da sala sentou o velho senhor. Conversa vem e conversa vai, de repente entrou na casa um cachorro já velhinho, alguns pelos brancos, e deitou-se aos pés daquele senhor.
E com um sorriso lindo o velho homem acariciou o seu cão. E disse-me que era sempre assim. Seu cachorro saia de manhã, andava pela roça, corria, vivia varias aventuras e quando ficava cansado voltava para casa e ficava deitado aos seus pés, e ali dormia tranquilamente e descansava para depois voltar as suas aventuras.
Neste instante abri meus olhos e acordei. Voltei para onde estava: na Igreja em plena adoração. Mas aquele sonho me fez perceber algo lindo.
Ali estava acontecendo a mesma coisa que presenciei aquele dia na minha visita. Cão velho e cansado das aventuras do dia-a-dia era eu e Jesus sentado naquela poltrona no meio da casa, que podemos chamar de altar, era aquele senhor que acolhia e acariciava aquele cão que buscava segurança aos pés de seu senhor.
Assim me sinto quando o clima de adoração me faz fechar os olhos e dormir: sou como um cão que dorme tranqüilo aos pés do seu dono.

Padre Bruce