Seja bem vindo!

Sou pároco da Paróquia São Judas Tadeu de Poços de Caldas - Coordeno a Pastoral da Juventude Setor Poços - Diocese de Guaxupé - vivo para servir e sirvo para viver!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Deficiências

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. "Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.. "Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. "Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês."Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. "Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. "Diabético" é quem não consegue ser doce."Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

"A amizade é um amor que nunca morre. "

Mario Quintana

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O idiota e a moeda

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia como idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia depequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o idiota ao baronde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grandede 400 REIS e outra menor de 2.000 REIS. Ele sempre escolhia a maior emenos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dosmembros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido quea moeda maior valia menos. "Eu sei," respondeu o tolo. "Ela vale cinco vezesmenos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não voumais ganhar minha moeda".Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem,mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.
Arnaldo Jabour .

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O menino e a borbolta

Mil e uma noites haviam se passado desde que o Pássaro Encantado partira. Então ele voltou. Era madrugada. A Menina o viu tão logo a luz alegre do sol fez brilhar as suas penas. Ela o estava esperando. Os apaixonados esperam sempre... Ah! Como foi bom aquele abraço de saudade! Desta vez as suas penas estavam coloridas com as cores das florestas sobre as quais voara. O Pássaro Encantado pôs-se então a cantar os seres das matas, árvores, orquídeas, regatos, cachoeiras, elfos e gnomos... A Menina não se cansava de ouvir. Ouvia e pedia que ele contasse de novo as mesmas estórias, do mesmo jeito. E assim viviam os dois se amando por dias e dias. Mas sempre chegava o momento em que o Pássaro dizia: “Menina, o vôo me chama. Preciso partir. É preciso partir para que o nosso amor não tenha fim. O amor precisa de saudade para viver...” A Menina chorava baixinho mas compreendia. E assim o amor acontecia entre partidas e retornos.

As asas do Pássaro pareciam incansáveis. Estavam sempre à procura de lugares desconhecidos. Ele já visitara montanhas encantadas, planícies geladas, lagos, rios, abismos, castelos, uma cidade construída na divisa entre a realidade e a fantasia, um reino onde era proibido estar triste, lugares sagrados, vulcões, o país dos dragões verdes e dos gigantes amarelos, jardins, selvas verdes, mares azuis, praias brancas... Sobre todos esses lugares ele lhe contara estórias. A Menina não tinha asas. Mas ela voava nas estórias que o Pássaro lhe contava.

Mas os anos foram se passando. O Pássaro envelheceu. Suas asas já não eram as mesmas da juventude. E também os seus sonhos já não eram os sonhos da mocidade. Deseja-se partir quando é manhã. Mas quando o sol se põe o que se deseja é voltar. E assim um desejo novo surgiu no coração do Pássaro crepuscular: voltar...

O sol acabara de se pôr. Vênus brilhava no horizonte. Foi então que a Menina o viu. Suas penas pareciam incendiadas pelo sol. Depois do abraço ele disse para a Menina algo que nunca lhe dissera antes: “Menina, conte-me as estórias da minha ausência...” E foi assim que, pela primeira vez, o Pássaro se calou e a Menina lhe contou estórias.

Por muitos dias o Pássaro e a Menina gozaram do seu amor. Mas o Pássaro já não era o mesmo. Algo acontecera com os seus olhos. Já não procuravam horizontes longínquos. Eles olhavam as coisas simples que havia na sua casa, coisas que sempre estiveram lá, mas que ele nunca havia visto. Não vira porque o seu coração estava em outro lugar. É o coração que nos diz o que é para ser visto.

Aconteceu então, num dia como os outros, o Pássaro abraçou a Menina, e ele sentiu, nas costas da Menina, algo que nunca sentira.

“Menina, o que é isso?” ele perguntou. Ela enrubesceu e respondeu:

“Asas, pequenas asas... Estão crescendo nas minhas costas...”

E para que ele as visse baixou sua blusa. E ele viu. Sim, pequenas asas, delicadas asas, asas de borboleta, coloridas, diáfanas, frágeis... E ele percebeu que a Menina se preparava para voar. Sua Menina se transformara numa borboleta...

O Pássaro sorriu uma mistura de alegria e de tristeza. Sentiu um leve tremor nos lábios, aquele mesmo tremor que vira nos lábios da Menina a primeira vez que lhe dissera: “Eu quero partir...” Chegara a hora em que ela partiria e ele ficaria. Ele seria, então, aquele que esperaria. Como é dolorido ficar! A solidão de quem fica é maior que a solidão de quem parte! Quem parte vai para mundos novos, cheios de maravilhas desconhecidas. Quem fica, fica num espaço vazio, de objetos velhos, esperando, esperando, contando os dias.

O momento da despedida chegou. A Menina, flutuando com suas grandes asas de borboleta, disse ao Pássaro: “Preciso partir...”

O Pássaro teve vontade de chorar. Queria lhe dizer: “Não vá. Eu a amo tanto.” Mas não disse. Lembrou-se de que essas haviam sido as palavras que a Menina lhe dissera, quando ele partira pela primeira vez. O Pássaro temia por ela. Suas asas eram tão frágeis, asas de borboleta que quebram-se atoa. Queria estar com ela para consolá-la na solidão e no cansaço. Mas não fez gesto algum. Ele sabia que os abraços que não se abrem são mortais para o amor.

Ele estendeu a sua mão num gesto de despedida. A Borboleta voou e nela pousou. Ele se aproximou dela, como se fosse beijá-la. Mas não beijou. Apenas soprou suas asas suavemente. “Voa, minha linda Borboleta”, ele disse, se despedindo. A Borboleta bateu suas asas, voou e desapareceu na distância.

Então, ao olhar de novo para si mesmo ele não se reconheceu. Já não era o Pássaro Encantado de penas coloridas. Transformara-se num Menino... Um Menino que não sabia voar. Um Menino que esperava a volta da Borboleta Encantada. Então ele voaria nas asas das estórias que ela haveria de lhe contar...

* * *

Esta “estória” tem uma “história”. Trata-se da continuação da estória “A Menina e o Pássaro Encantado” (Edições Loyola) que escrevi para minha filha pequena, Raquel. Devia ser o ano de 1980. Eu iria fazer uma viagem longa para o exterior e ela chorava. Eu devia ter 46 anos, bastante cabelo preto e energia para conquistar o mundo. Os anos se passaram, minhas asas se cansaram e agora nem tenho energia e nem vontade de conquistar o mundo. Ainda tenho prazer em viajar mas as viagens freqüentemente me cansam. Não é cansaço físico. É um cansaço na alma, com aquele descrito no primeiro capítulo do livro de Eclesiastes. Quando todo mundo está viajando eu quero mesmo é ficar. Karl Jaspers dizia que não viajava porque na casa dele estavam todas as coisas dignas de serem conhecidas. Minha loucura ainda não chegou perto da dele. Mas o fato é que há, na minha casa, uma infinidade de coisas interessantíssimas que eu deveria gastar tempo em conhecer. Tantos poemas e contos que não li, tantos livros de arte, tantos CDs que ainda não ouvi... E há também Pocinhos do Rio Verde, meu mosteiro... Esse é o destino dos pais. Há um momento em que os filhos batem as asas e se vão. Os pássaros sabem disso e não reclamam. Muitos pais e muitos avós tratam de fazer lugares deliciosos para seus filhos e netos passarem os fins de semana! Na viagem para Pocinhos do Rio Verde passo sempre defronte a um “Sítio do Vovô”. Imagino o Vovô e a Vovó sozinhos na varanda do sítio, esperando os filhos e os netos que não vêm. Eles estarão provavelmente em algum clube ou praia... Há um momento na vida em que o destino dos pais é esperar...Os apaixonados são aqueles que esperam...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Crônica: Escuridão amiga

Ontem a noite acabou a luz aqui em casa. Estava eu vendo TV e de repente tudo caiu na mais cruel escuridão. Quando estamos no escuro buscamos desesperadamente um pouco de luz. Foi isso que fiz. Com um pouco de dificuldade e com calma cheguei ate a janela de meu quarto. Quando abri percebi que a escuridão tomava conta de todo bairro. Nenhuma luz na rua ou nas casas. Descobri que é na escuridão que podemos ver melhor. Com a falta da luz, as estrelas ficaram mais nítidas. Luzes artificiais ofuscam as luzes naturais. Cuidado, na tua vida existem pessoas artificiais? Escolha as que te amam naturalmente do que jeito que você é e não pelo o que você tem.
Foi incrível a sensação de descoberta. As estrelas estam ali há milhares de anos, antes mesmo que eu nascesse e fui perceber sua presença só aquele dia. As vezes percebemos a presença de pessoas que iluminam nossa vida é na mais triste escuridão de nossa vida. É na hora da dor, do sofrimento que elas aparecem discretamente, mas ficam para nunca mais ir embora.
Aos poucos a pupila vai se acostumando com o escuro e as coisas vão ganhando forma, vai aparecendo, mas sem cor. Tudo preto e branco. As trevas de nossa vida têm a triste mania de nos fazer acreditar que a nossa existência não tem cor, não tem alegria e nem esperança. Mesmo sendo colorido, na hora da tristeza, angustia e da dor, tudo fica sem graça, sem vida. Depende do modo como eu vejo e como encaro a situação. Ate quando vou me colocar como vitima diante dos fatos? Às vezes é bom pintar tudo de novo. Com as cores da fé e da esperança em Deus.
Fiquei ali sozinho na janela. Olhando para o nada. Como não tinha energia, também não tinha TV ligada, radio em nenhum lugar do bairro. O mais completo silêncio tomou conta de tudo. É estranho o silêncio. Por não estar acostumado com ele não aprendemos a lidar com ele. O silêncio incomoda. Faz-nos penetrar em nós mesmo. E mesmo que não percebemos, odiamos a idéia de mergulhar em nós. Adoramos mergulhar na vida das pessoas, em suas intimidades, gostamos de saber seus segredos, suas feridas e fraquezas. Por isso às vezes falamos tanto da vida dos outros, porque enquanto falamos dos outros nos resguardamos. Mas aquele dia, naquela janela, naquela escuridão fui obrigado a conviver por alguns minutos comigo mesmo. Não teve como fugir. Enfrentei meu silêncio com dor e coragem. Falei comigo mesmo. Apresentei-me a mim mesmo. Estranho não é? Mas às vezes conhecemos as outras pessoas e não conhecemos a nós.
Somente o som dos pássaros embalava minha caminhada interior. Que coisa. Até pássaros vivem na árvore perto de minha casa. E fui perceber por causa da falta de luz.
Tem coisas que só podemos ver nas trevas de nossas vidas. É bom ter a escuridão para percebermos que o mundo não é feito só de trevas.

Bruce

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Eu aprendi

Aprendi que a dor é necessária para aprendermos que a vida não é feita só de dor.

Aprendi que a morte é dura e cruel. Mas não é fim. É o começo.

Aprendi que é na ausência de nossos mestres que colocamos em prática aquilo que aprendemos.

Aprendi que nem sempre acontece aquilo que queremos. E temos que ser feliz assim mesmo.

Aprendi que uma palavra pode machucar muito.

Aprendi que o tempo realmente cura o que é preciso ser curado.

Aprendi que só damos o real valor ás pessoas é na sua ausência.

Aprendi a bendizer a saudade, pois é ela que faz ser eterno o que partiu.

Aprendi que acontecem coisas em minha volta que eu nem imagino que poderia acontecer.

Aprendi a viver o hoje. Pois o amanhã depende de como eu sou hoje.

Aprendi a não ser ansioso. Ansiedade me tira o brilho do presente.

Aprendi á morrer cada dia um pouco. Para viver a cada dia um pouco mais.

Aqui é assim, quando se morre na verdade se vive. Quando se perde na verdade se ganha.

Aprendi a aprender!

Que palavras e gestos permanecem, mesmo se a pessoa se foi.



Bruce

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Catequese Renovada

Como surgiu o Documento Catequese Renovada?

Para começo de conversa “A catequese é uma urgência em vosso País” (João Paulo II).
“Catequese Renovada-Orientações e conteúdos” quer ser uma resposta concreta do episcopado brasileiro às necessidades pastorais de nossa evangelização e aos apelos do Papa João Paulo II, na sua visita ao Brasil em 10/02/80. Em 1983 os bispos do Brasil na sua assembléia anual, aprovaram o Documento “Catequese Renovada, orientações e conteúdos”. Esse documento tornou-se carteira de identidade da catequese no Brasil, Ele procurou bom processo de educação da fé. Podemos dizer que esse documento marcou a história da fundamentar, entre outras coisas, os princípios para uma catequese, as exigências para uma catequese no Brasil. Foi o responsável por um grande esforço na melhoria da formação de catequista, na organização da catequese. Nos recursos etc...
A catequese renovada provocou uma nova caminhada na catequese. Surgiram novos desafios a partir da realidade brasileira.
Este documento foi aprovado em 15/04/1983

O documento está dividido em quatro capítulos
I PARTE – A CATEQUESE E A COMUNIDADE NA HISTÓRIA DA IGREJA
II PARTE - PRINCÍPIOS PARA UMA CATEQUESE RENOVADA
III PARTE - TEMAS FUNDAMENTAIS PARA UMA CATEQUESE RENOVADA
IV PARTE – A COMUNIDADE CATEQUIZADORA

A I parte quer mostrar como diferentes épocas e situações exigem diferentes tipos de catequese e o objetivo é levar o catequista descobrir por que desabrochou a CR.
A catequese tem sempre que levar em consideração o ambiente em que ela acontece para poder responder às necessidades do povo em cada momento e lugar. (CR 101)
A comunidade é convidada a descobrir sua própria história para ver o que Deus já realizou e o que ainda precisa ser feito. (CR 52, 148)
A Igreja toma posição diante do que vai acontecendo em cada época e manifesta essa posição em documentos que o catequista deve conhecer: os textos do Concílio Vaticano II, as conclusões das Assembléias dos bispos ( Medelín – Puebla – Santo Domingo) .
Sendo membro da Igreja e construtor da Igreja (sendo Igreja), o catequista deverá saber em que direção e de que maneira a Igreja, a comunidade espera que seu trabalho caminhe.

A II parte é mais famosa do documento, encontramos o que se refere ao método.
Os fundamentos da catequese, que decorreram da própria Revelação de Deus a seus filhos (CR 36, 37, 38,39)
A “pedagogia” de Deus revelação como um processo (CR 40, 41, 42, 43,44).
A história da revelação contém várias fontes onde a catequese vai buscar sua mensagem (na Sagrada Escritura, na Tradição, no Magistério e Liturgia, a vida da comunidade, os sinais dos tempos, a vida dos Santos as devoções populares)

Para tratar de tudo isso é preciso ter em conta alguns critérios:
Cristocentrismo – Jesus é o centro da catequese. Isso não significa que vamos falar Nele do princípio ao fim, mas certamente indica que vamos tratar de todos os assuntos tendo como grande objetivo viver de acordo com o projeto de Jesus e alimentando nossa esperança no seu amor redentor. (CR 50, 56, 95,97).
Integridade – a mensagem não pode ser deformada
Hierarquia de verdades – não significa que algumas verdades pertençam à fé menos que outras, mas que algumas verdades se fundam sobre outras mais importantes e são por elas iluminadas (CR 100).
Adaptação (realidade, faixa etária, etc.)
Crianças, jovens e adultos levar em conta suas perguntas experiências, problemas e situações. (CR 129 142)
Interação fé e vida

A III parte trata-se dos grandes temas da nossa fé que orientam nosso agir de cristão esse temas são distribuídos assim:

A verdade sobre o homem:
Parceiro de Deus no plano de salvação
Sua liberdade e dignidade moral
Pecado e reconciliação
Compromisso com a fraternidade
Construtor da história

A verdade sobre Jesus:
Seu projeto de salvação
Sua encarnação (participação na vida humana)
Sua vida seus ensinamentos e sua prática
Sua morte e ressurreição
Deus revelado em Jesus e no Espírito Santo

A verdade sobre a Igreja:
Fundada por Jesus como sinal do Reino
Povo de Deus
Comunidade a serviço da salvação
Dimensão comunitária e ecumênica da Igreja
Sacramentos, que são ação de Cristo na Igreja.
Maria modelo de Igreja

A IV parte nos é apresentado à catequese como um processo dinâmico e abrangente:
O catequista não catequiza sozinho, ele é porta voz da comunidade onde o catequizando está convidado a viver a fé.
A catequese não é uma instrução, um ato de “aprender lições” como se faz na escola. Ela é um caminho a ser percorrido na comunidade juntos com os irmãos de fé.


CARCTERÍSTICAS DA CATEQUESE RENOVADA

A EDUCAÇÃO PARA VIVÊNCIA DA FÉ.
Em vez de ensinar apenas a doutrina, o catequista orienta o catequizando para viver a sua fé no dia-dia.

VIVÊNCIA DA FÉ EM COMUNIDADE.
O catequista enviado pela comunidade anima a comunhão e a participação. Por isso fala em nome da comunidade.

O PROCESSO PERMANENTE DA EDUCAÇÃO DA FÉ.
A catequese não se reduz à preparação somente para os sacramentos; mas para a vida toda.

JESUS CRISTO CENTRO DA CATEQUESE.
Todo ensinamento religioso conduz à conversão, ao segmento e à opção por Jesus que nos revela o Pai, no Espírito Santo (dimensão Trinitária)

MINISTÉRIO DA PALAVRA.
A Bíblia é o principal texto da catequese. Ao catequista procurando conhecer e viver a Palavra de Deus serão anunciadores desta Palavra como profetas na força do Espírito Santo.

FORMAÇÃO NA PEDAGOGIA DIVINA.
Divina – Deus se revela à humanidade através de palavras acontecimentos, com paciência e respeito pela caminhada do povo, com predileção pelos pobres, marginalizados e sofredores. O método da catequese deve ser o método de Deus.

CATEQUESE TRANSFORMADORA E LIBERTADORA.
Ilumina a vida do povo, ajudando encontrar as causas das injustiças e levando as pessoas a transformar essa situação, construindo uma sociedade justa e fraterna.

CATEQUESE INCULTURADA.
O Evangelho ilumina a cultura do povo e aproveita tudo o que ela tem de boa. Assume a linguagem, os símbolos o jeito de ser e de viver do povo.

FONTE DE ESPIRITUALIDADE.
A catequese celebra, reza e canta a vida e os acontecimentos na presença de Deus.

INTERAÇAO FÉ E VIDA.
A vivência da fé numa comunidade atuante nos faz ligados à vida à realidade social, mesmo frente aos desafios das situações concretas e difíceis.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Porque?

Não me pergunte o porquê.
Infelizmente existem perguntas que nunca serão respondidas.
É na busca desesperada de uma resposta que o ser humano vai se formando.
Buscando algo que está fora de mim, busco na verdade o que está dentro.
E dentro está tudo.
Deus é tudo em todos.
É o grande Senhor das perguntas sem respostas.
Porque meu Deus?
Porque dói tanto?
Porque tem que ser assim?
Porque não impediu?
Porque não ajudou?
Porque não poderia ser diferente?
Porque te acho tão humano de repente?
Porque...porque...porque...?
Porque me deu a capacidade de questionar?
Não responda agora, pois assim continuo sendo humano.
Só tu tens palavras de vida eterna.
Dá-me a graça de nunca saber tudo para continuar sempre em contato contigo.
E assim necessitarei eternamente de tuas forças.
Seja meu Deus, para que eu possa ser sua criatura em constante estado de busca.
E no fim descobrirei que buscava só a ti.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Correção Fraterna


Mateus (18, 15-20)
Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: «Se teu irmão chega a pecar, vai e repreende-o, a sós tu com ele. Se te escuta, terás ganhado teu irmão. Se não te escuta, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que todo assunto fique testemunhado pela palavra de dois ou três. Se não os ouve, diga à comunidade. E se até à comunidade ele não ouve, seja para ti como um gentio e o publicano. Eu vos asseguro: tudo o que ligardes na terra ficará ligado no céu, e tudo que desligardes na terra será desligado no céu».

A convivência humana está entretida de contrastes, conflitos, devidos ao fato de que somos diferentes por temperamento, pontos de vista, gostos. O Evangelho tem algo a dizer-nos também neste aspecto tão comum e cotidiano da vida. Jesus apresenta o caso de alguém que cometeu algo que é realmente equivocado em si mesmo: «Se teu irmão chega a pecar...». Não se refere só a uma culpa cometida contra nós. Neste último caso é quase impossível distinguir se o que nos move é o zelo pela verdade ou mais o amor próprio ferido. Em todo caso, seria mais uma autodefesa que uma correção fraterna.

Por que diz Jesus: «repreende-o a sós»? Antes de tudo por respeito ao bom nome do irmão, de sua dignidade. Diz: «tu com ele», para dar a possibilidade à pessoa de poder-se defender e explicar suas ações em plena liberdade. Muitas vezes o que a um observador externo parece uma culpa, nas intenções de quem o comete não é. Uma franca explicação dissipa muitos mal-entendidos. Mas isto não é possível quando o problema se leva ao conhecimento de todos.

Qual é, segundo o Evangelho, o motivo último pelo qual é necessário praticar a correção fraterna? Não é certamente o orgulho de mostrar aos demais seus erros para ressaltar nossa superioridade. Nem o de descarregar-se a consciência para poder dizer: «Eu te disse. Eu te adverti! Pior para ti, se não me fizeste caso».

Não, o objetivo é ganhar o irmão. Ou seja, o genuíno bem do outro. Para que possa melhorar e não se encontrar com desagradáveis conseqüências. Se se trata de uma culpa moral, para que não comprometa seu caminho espiritual e sua salvação eterna. Nem sempre depende de nós o bom resultado da correção (apesar das melhores disposições, o outro pode não aceitá-la, fazer-se mais rígido); pelo contrário, depende sempre e exclusivamente de nós o bom resultado... na hora de receber uma correção.

Nem só existe a correção ativa, mas também a passiva; não só existe o dever de corrigir, mas também o dever de deixar-se corrigir. E aqui é onde se vê se é suficientemente maduro para corrigir os demais.

Quem quer corrigir alguém tem de estar disposto a ser corrigido. Quando vês que uma pessoa recebe uma observação e escutas que responde com simplicidade: «Tem razão, obrigado por ter-me dito!», encontras-te ante uma pessoa de valor.

O ensinamento de Cristo sobre a correção fraterna deverá ler-se sempre junto ao que diz em outra ocasião: «Como é que olhas o cisco que há no olho do teu irmão e não repara a trave que há no teu próprio olho? Como pode dizer a teu irmão: “Irmão, deixa que tire o cisco que há em teu olho”, não vendo tu mesmo a trave que há no teu?» (Lucas 6, 41-42).

Em alguns casos não é fácil compreender se é melhor corrigir ou deixar passar, falar ou calar. Por este motivo é importante ter em conta a regra de ouro, válida para todos os casos, que o apóstolo Paulo oferece na segunda leitura (Romanos 13, 8-10) deste domingo: «Com ninguém tenhais outra dívida que a do mútuo amor... A caridade não faz mal ao próximo». É necessário assegurar-se, antes de tudo, de que no coração se dê a disposição de acolhida à pessoa. Depois, tudo o que se decida, seja corrigir ou calar, estará bem, pois o amor «não faz mal a ninguém».

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Porque amamos tanto Maria?


Para se conhecer bem quem é Maria, precisamos ver quem foi Eva, a primeira mulher.
Que a Virgem Maria é a segunda Eva, nos é revelado pelos apóstolos João e Paulo. Basta comprovarmos as seguintes passagens: (Gênesis 3,15) (João 2,4) (Gálatas 4,4) e (Apocalipse 12,1). Vamos agora mostrar que a Virgem Maria, é a segunda Eva. A primeira mulher ouvindo ao demônio (anjo caído), disse não a Deus, trazendo o pecado e a morte a humanidade. A Virgem Maria ouvindo ao anjo de Deus, disse sim a Deus, concebeu e deu a luz a Cristo, vencendo o demônio, trazendo para nós a graça e a vida.

Eva foi desobediente, não teve fé em Deus. A Virgem Maria foi obediente, cheia de fé. Eva é a mãe da nossa natureza pecaminosa, e a Virgem Santíssima, é a mãe da vida na graça. Nossa Senhora restituiu-nos o que Eva perdeu. Portanto Eva á a mulher vencida e a Virgem Maria, é a mulher vencedora (Gênesis 3,15) comparado com Apocalipse 12). Como Eva estava sujeita a Adão, a Virgem Maria está sujeita a Cristo.

E assim como por uma virgem caiu o gênero humano no cativeiro da morte, assim também foi salvo por uma virgem; porque a desobediência virginal, foi compensada em contrapartida por uma obediência virginal.

Reparemos bem que a palavra “mulher” em (João 2,4; 19,26) (Gálatas 4,4) e (Apocalipse 12,1), simboliza a mulher de (Gênesis 3,15). A palavra mulher refere-se à Virgem Maria, a mãe do Messias. A palavra mulher é um título bíblico da Virgem Maria, assim como Jesus foi chamado o Filho do Homem pelo profeta Daniel.

Lembrem-se de (Gênesis 3,15) e (Apocalipse 12), da grande batalha. A geração da serpente, o demônio infernal não chama a mãe de Deus de bem-aventurada, mas procura ferir o seu calcanhar, isto é, diminuir sua grandeza. Há pessoas que dizem que ela é uma mulher como outra . O diabo não combate a Cristo, pois sabe que ele é deus. Combate sua mãe, que foi o meio que o trouxe a Terra.

A única mulher que pode olhar para seu filho, nosso Senhor Jesus Cristo e dizer: “carne da minha carne, sangue do meu sangue, ossos dos meus ossos".


Quando Deus Pai decretou a encarnação de Deus Filho, decretou também a maternidade divina de Maria. Ela é a única que pode ser chamada mãe e esposa de Deus. Maria Santíssima é o templo do Senhor, o sacrário do Espírito Santo. O tabernáculo e a arca da aliança, são figuras da Virgem Maria. Nossa Senhora é o sacrário vivo do Espírito Santo, porque pelo seu poder se tornou a mãe do verbo encarnado. Basta percorrer as páginas do antigo testamento para ver que Deus não habita no meio do pecado.


Quando o pecado entrou no mundo, a Virgem Maria foi pensada, amada e portanto predestinada para ser esposa e templo do Espírito Santo, e mãe do Deus encarnado.
Interessante ainda notar que, Jesus na resposta dada a sua mãe, lhe diz: “que temos nós com isso?”, não disse o que a Senhora tem com isso, ou o que eu tenho com isso, mas sim, o que nós temos com isso (João 2,2-12).


Maria conhecia tão bem seu filho que, sem esperar nenhuma resposta de Jesus, diz aos garçons: “Fazei tudo aquilo que ele vos mandar”


As Grandezas de Nossa Senhora na Bíblia:


Que a Santa Mãe do Divino Salvador tenha recebido de Deus prerrogativas que Lhe são exclusivas, é verdade que se deduz de várias passagens da Bíblia, “A cheia de graça” e “A mais bendita que todas as mulheres” (Lucas 1,28;1,42).


Para provar, vamos percorrer os vários textos sagrados da Bíblia, que a Ela se referem.
Já de início note-se o fato de a Bíblia abrir-se (Gênesis 3,15) e fechar-se (Apocalipse 12,1) sob o signo da mulher vitoriosa e bendita.


Eis os textos áureos do Livro Sagrado:
a) “Porei inimizade entre ti e a Mulher, e entre a tua descendência e a d’Ela. Ela te esmagará a cabeça, e tu tentarás ferir o seu calcanhar” (Gênesis 3,15)
Comentário: o texto acima é a profecia da vinda do Salvador feita por Deus logo após a queda de nossos primeiros pais. Nele, ao grupo dos vencidos (Adão e Eva) Deus contrapõe o grupo dos vencedores (Jesus e sua Mãe). A “descendência da mulher” (no original: sêmen, prole), é, num primeiro plano, Jesus Cristo, seu Filho; e, num segundo plano, são todos os eleitos. - O termo “Ela” se refere diretamente à “prole”, porque será através de Jesus enquanto Homem nascido da Virgem Maria, que o poder tirânico de Satã sobre a humanidade será quebrado. Indiretamente, pois, também, “Ela”, a “Mulher” quebrará a cabeça de Satã. - “Inimizade” indica a incompatibilidade absoluta entre Cristo e sua Mãe de um lado, e Satã e os seus do outro; indica ainda a vitória completa de ambos sobre o Maligno.


b) Dois textos de Isaías: “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um Filho, o Emanuel (Deus conosco)” (Isaías 7,14)."Nasceu-nos um menino. . . Ele será Deus forte. . .” (Isaías 9,5).


c) Outros se S. Lucas: "Ave, ó cheia de graça. . . .” (Lucas 1,28); “. . . darás à luz um Filho, e lhe porás o nome de Jesus; (...) será Filho do altíssimo” (Lucas 1,32); e “Filho de Deus” (Lucas 1,36); “Bendita és tu entre as mulheres; (...) donde me vem a dita de vir a mim a Mãe de meu senhor?” (Lucas 1,43).


Esses textos sagrados destacam as várias grandezas ou prerrogativas de Nossa Senhora:

I – A maternidade Divina: É evidente:


1º) no texto da letra “a”, a descendência da mulher (sêmen, prole) é no primeiro plano, Jesus Cristo. E então a “mulher singular” da profecia é a sua verdadeira Mãe. E como Cristo é de Deus, Ela pode e deve ser chamada Mãe de Deus.
2) - Confirma-se isso com os textos da letra “b” (Isaías 7,14), pois “a Virgem” é predita aí como a verdadeira Mãe do Emanuel (Deus conosco). Portanto, Mãe de Deus.
3) - O mesmo diz os textos da letra “c” (Lucas 1,31-32; 1,42-43), pois aí se declara que Maria Santíssima é a verdadeira Mãe “do Filho do Altíssimo”, “do Filho de Deus” e a “Mãe de meu Senhor”.


- Maternidade Espiritual também: de fato, como no 2º plano, aquela “Mulher” é Mãe da “prole” também no sentido de “descendência”, Maria Santíssima é Mãe espiritual dos remidos. O que o próprio Jesus na Cruz confirmou na pessoa de São João ao dizer à sua Mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”. São João então representava a todos os remidos.
-Medianeira também: como é ofício próprio da mãe prover o alimento dos filhos, Maria alcança para os seus filhos espirituais, todas as graças necessárias à salvação; Ela é Medianeira de intercessão e secundária, entre Cristo e nós.
-Argumento de razão: podemos e devemos chamar a Virgem Maria “Mãe de Deus” porque o termo da maternidade não é a natureza, mas a pessoa. E a Pessoa em Cristo é a 2ª da Santíssima Trindade, o Filho. Na Virgem se realiza, pois, este mistério: ser Ela “Mãe de Deus e de Deus filha”. Ela participa do mistério do seu Filho, que é Deus e Homem ao mesmo tempo.

II - A Imaculada Conceição:


Essa prerrogativa é conseqüência da primeira. Destinada a ser Mãe verdadeira e virginal de Cristo-Deus, não podia Ela ter contato com o pecado. Ademais, se a alguém fosse dado escolher a própria mãe, não escolheria a mais virtuosa, a mais pura, a mais santa? De fato, Jesus não só pôde escolher a Sua Mãe, mas fazê-la, pois é Deus. Ele fez, pois, imaculada a sua Mãe, isto é, isenta de toda a culpa original. É a razão de conveniência.


Mas, essa verdade está contida no próprio texto de (Gênesis 3,15), pois aí se prediz que o futuro Salvador e a sua Santa Mãe terão uma inimizade total com Satã, e que lhe imporão derrota total. O que é incompatível com a condição de quem tivesse estado, por um momento sequer, sob o pecado e, pois, sob o Maligno. Pressupõe-se a concepção imaculada, não só de Cristo enquanto homem, mas também de sua Santa Mãe.


III - O Ofício de Corredentora:


Também está contida no citado texto (Gênesis 3,15) a verdade de que aquela Mulher invicta, posta por Deus em total inimizade com o Demônio, ia participar de todos os sofrimentos e lutas do futuro Redentor por nossa Redenção. Realmente a Virgem Maria participou da Paixão de Jesus no grau máximo, sofrendo em união com Ele as dores mais atrozes, e oferecendo-O a Deus Pai como Vítima por nós. Sacrificou-Lhe o seu direito natural de Mãe sobre o Filho. Ela é pois, Nossa Corredentora.

IV - A Assunção Corpórea ao Céu:


A vitória de Cristo sobre Satã, o pecado e a morte foi realizada na Paixão e Morte na Cruz, mas se tornou completa e patente com a sua Ressurreição e Ascensão ao Céu. Ora, o texto do Gênese associa inseparavelmente o Messias e sua Mãe na mesma luta e na mesma Vitória final e completa. Ora, a vitória de Maria Santíssima não seria completa se o seu corpo imaculado e virginal tivesse ficado sujeito à corrupção do sepulcro. Jesus Cristo não o permitiu, elevando-a ao Céu em corpo e alma no fim de sua vida. Assim cumpriu-se plenamente aquela magnífica profecia.


V - A Perpétua Virgindade;


- Respondendo objeções: Os Protestantes não cessam de injuriar a Jesus rebaixando a sua Santa Mãe à condição de uma mulher comum. Vejamos na Bíblia como isso é falso:
1º) No encontro de Jesus no Templo. Jesus aí não argüiu a Sua Mãe por não saber que Ele “devia cuidar dos interesses de seu Pai” (Lucas 2,49). Não era esse o sentido primeiro das suas palavras no contexto. Era antes: “Não sabeis que devo estar no que é de meu Pai?”. Assim, era normal que sua mãe entendesse a resposta no sentido de “ficar morando no Templo”, como Samuel, por exemplo. Por isso S. Lucas afirmou: “Eles não entenderam o que Jesus lhes dissera” (Lucas 2,50).
2º) Em Caná, a Mãe de Jesus Lhe informou ter acabado o vinho. Jesus respondeu usando a expressão semítica: Mulher, “que há entre mim e ti? “ E acrescentou: “A minha hora ainda não chegou” (João 2,4). Não se pode tomar essa expressão no sentido dos nossos idiomas. Ela tem sentido próprio do seu.
Prova: de fato aquela expressão foi usada seis (6) vezes no Antigo Testamento. Ela espera sempre resposta negativa: “não há nada”; uma só vez, ela indica inimizade; as outras vezes, indica que “não há nada” porque estamos de acordo, ou somos amigos. (Cf., para o 1º sentido: (2 Reis 3,13); para o 2º: (2 Sam 16,10; 19, 22); (Juizes 11,12); (1 Reis 17, 18); (2 Crônicas 35,21).
É claro que no caso de Caná, o sentido é de pleno acordo quanto ao fato da providência solicitada, com uma pequena discordância para a oportunidade do mesmo. Daí ter Jesus dito: “a minha hora ainda não chegou”. Mas Ele antecipou a hora, e fez o milagre, atendendo ao intento caritativo de sua Santa Mãe.
Quanto ao apelativo “Mulher”, dizem os entendidos da língua aramaica, a que Jesus falava, que tem um sentido respeitoso equivalente a “Senhora”. Quanto mais na boca de Jesus ao referir-se à sua Santa Mãe! Sobretudo no contexto de Caná e da Cruz, Jesus, o melhor dos Filhos, deve ter-Se dirigido à sua verdadeira e Santa Mãe com acentuado carinho e respeito filiais.
Esse apelativo sugere ainda a lembrança da “Mulher” da profecia de (Gênesis 3,15), não obstante Jesus não chamá-la de Mãe, pois também Jesus, sendo verdadeiro Deus, costumava chamar-Se a Si mesmo “o Filho do homem”, realçando a sua condição de “Messias” ao lado daquela “Mulher” cuja figura Ele e a sua Mãe estavam dando cumprimento.
3ª) Jesus pregava numa casa cheia de gente. Avisam-lhe que lá fora estão sua Mãe e os seus chamados irmãos (primos). Jesus responde: “Minha Mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lucas 8,21; 11,27-28). É evidente que Jesus não está negando à sua Santa Mãe a honra de ser a primeiríssima entre os que ouvem e põem em prática a palavra de Deus, antes o supõe. É esse o seu principal título de glória. O mesmo se diga de (Lucas 11,27-28).


Porque chamamos Maria, mãe de Deus, em vez de chamar Mãe de Jesus?
Não seria exato dizer que Maria é simplesmente a mãe de um homem, como se sua maternidade se limitasse somente ao lado humano de Jesus.
É preciso deixar claro que Maria gerou o Homem - Deus (Romanos 9,5) (João 1,1) e o verbo se fez carne (João 1,14)... chama-lo-ão por Emanuel (Isaías 7,14), que traduzido é Deus conosco (Mateus 1,23). “Meu senhor é meu Deus” (João 20,28). “E todos os anjos o adoram” (Hebreus 1,6).
Maria é, realmente, mãe de Jesus Cristo, homem e Deus, conforme o testemunho da escritura: (Lucas 1,31; 2,7) (Gálatas 4,4). Diante disto, podemos seguramente, sem sombra de dúvida, rezar a Nossa Senhora, chamando-lhe: “Santa Maria, mãe de Deus”. Porque, dar a luz um filho (Mateus 1,26) (Lucas 2,7), é ser mãe; e, no caso, mãe de uma pessoa dotada de natureza humana e divina.
Maria revestiu o verbo com a sua própria carne. Esse é todo o sentido e o cumprimento das palavras do anjo Gabriel naquele dia...


Para Entender:


Maria da mesma forma, dando natureza humana à natureza divina de Jesus, que é Deus, torna-se a mãe da pessoa de Jesus Cristo, na plenitude de seu ser humano e divino.
Por exemplo: Jesus não disse ao filho da viúva: “a parte de mim que é divina te diz: Levanta-te!”, Jesus manda simplesmente “Eu te digo: Levanta-te”.
Na cruz, Jesus não disse: “minha natureza humana tem sede”, mas exclamou: “tenho sede”.
Para Entender Melhor Ainda:
Nosso Senhor, morreu como homem, pois Deus não poderia morrer na Cruz. Então perguntamos: Nosso Senhor, que morreu como homem , não pagou nossos pecados como Deus? Seus méritos não eram infinitos? Portanto, as duas naturezas de Jesus Cristo não podem ser separadas, pois nunca poderíamos explicar a rendenção fazendo uma distinção tão grande. Portanto Nossa Senhora, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, é Mãe de Deus. Ou alguém poderia negar que Nosso Senhor, morrendo como homem, nos redimiu como Deus?
Algumas pessoas ignoram que Lutero e Calvino não negaram o dogma da divina maternidade de Maria.
• Lutero escreveu: “Não há honra, nem beatitude, que sequer se aproxime por sua elevação da incomparável prerrogativa superior a todas as outras, de ser a única pessoa humana que teve um filho em comum com o Pai Celeste”. (Deutsche Schriften, 14,250)
• Calvino escreveu: “Não podemos reconhecer as benções que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para mãe de Deus”. (Comm. Sur I ’Harm. Evang.20).

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Algumas dicas de metodologia de crisma

1. Musica ambiente em nos encontros de crisma

Se houver música ambiente nos encontros de crisma, de preferência música suave, a ação catequética ganha uma dimensão emocional. Sem a emoção, o conhecimento não possui paladar.
A música ambiente tem três grandes metas. Primeiro, produzir a educação musical e emocional. Segundo, gerar o prazer de aprender durante os encontros. Terceiro, aliviar a síndrome do pensamento acelerado (SPA), pois aquieta o pensamento, melhora a concentração e a assimilação de informações. A musica ambiente deveria ser usada desde os primeiros encontros de catequese infantil.
Os efeitos da música ambiente nos encontros da crisma. Relaxam os catequistas e animam os crismandos. Os jovens amam música agitadas porque seus pensamentos e emoções são agitados. Mas depois de ouvir, durante seis meses, músicas tranqüilas, a emoção deles é treinada.


2. Sentar em círculo ou em U


Apesar de ser tão inofensivo enfileirar os crismandos um atrás do outro, esta disposição é lesiva, produz distrações e obstrui a inteligência. O enfileiramento dos crismandos destrói a espontaneidade e a segurança para expor as idéias. Gera um conflito caracterizado por medo e inibição.
O mecanismo é o seguinte: quando se está num ambiente social, detona-se um fenômeno inconsciente em frações de segundos, chamado gatilho na memória, que abre certos arquivos que contém insegurança e bloqueios, gerando um estresse que obstrui a leitura de outros arquivos e dificultando a capacidade de pensar.
Basta que no sistema escolar o aluno sente dois anos enfileirados para gerar um trauma inconsciente. Um trauma que produz um grande desconforto para expressar opiniões em reuniões, fala “não”, discutir dúvidas em reuniões. Alguns adquirem um medo traumático de receber críticas, por isso se calam para sempre. Outros são superpreocupados com o que os outros pensam e falam a respeito deles. O esquema de sentar enfileirados gera conflitos nos crismandos sem perceber. Além de bloquear a capacidade de argumentar, o enfileiramento coloca combustível no Síndrome da Pensamento Acelerado. O pensamento dos jovens vai a mil por hora.
Imagine um jovem obrigado a ficar sentado, inerte, e, ainda por cima tendo como paisagem á sua frente a nuca dos seus colegas de classe? Para não explodir de ansiedade, eles tumultuarão o ambiente, terão conversas paralelas, mexerão com seus colegas. È uma questão de sobrevivência.
Fazendo com que os crismandos se sentem em meia lua, em U ou em circulo. Eles precisam ver o rosto uns dos outros.



Educando com os olhos: os escultores da emoção.


Os encontros de crisma não um exercito formado de jovens calados nem um teatro onde o catequista é o único ator e os crismandos, expectadores passivos. Todos são atores do processo de transmissão da fé e essa ação deve ser participativa. Seria bom que os catequistas dêem especial atenção aos jovens tímidos. Eles falam pouco, mas pensam muito,e ás vezes se atormentam com seus pensamentos. Os tímidos costumam ser ótimos para os outros, mas péssimos para si mesmo.
Os catequistas são escultores da emoção. Eduquem olhando nos olhos, eduquem com gestos: eles falam tanto quanto as palavras. Sentar em forma de U ou circulo aquieta o pensamento, melhora a concentração, diminui a ansiedade dos alunos. O clima dos encontros fica agradável e a interação social dá um grande salto.



3. Exposição interrogada: arte da interrogação


Todo estresse é negativo? Não! O estresse só é negativo quando é intenso, bloqueia a inteligência e fera sintomas. Há um tipo de estresse que abre as janelas da memória e nos estimula a superar obstáculos e resolver dúvidas. Sem esse estresse, nossos sonhos se diluem, nossa motivação se esfacela. Geralmente os encontros de crisma produzem o estresse positivo ou negativo? Freqüentemente negativo! Por quê? Devido á transmissão do conteúdo da fé de um jeito frio, pronto e sem sabor.
Essa transmissão cria um ambiente sem desafios, aventura e inspiração intelectual. Educar na fé é provar a inteligência, é a arte dos desafios. Se um catequista não conseguir provocar a inteligência de seus crismandos durante a sua exposição, ele não o educou na fé. O que é mais importante nas reuniões de crisma: a duvida ou a resposta? Muitos pensam que é a resposta. Mas a resposta é uma das armadilhas intelectuais. Quem determina o tamanho da resposta é o tamanho da dúvida. A dúvida nos provoca mais muito mais que a resposta.
Os catequistas deveriam instigar a mente dos alunos e provoca-lhes a dúvida. Como?
Realizando a exposição interrogada a cada momento. Ao falar sobre o amor de Deus o catequista deveria interrogar: “Deus é realmente amor?” “O que é amor?” “Quem é Deus?”.
A exposição interrogada gera dúvida, a dúvida gera estresse positivo, e esse estresse abre janelas da inteligência. Assim formamos pensadores e não repetidores de informações. A exposição interrogada conquista primeiro o território da emoção, depois o palco da lógica, e em terceiro tornam questionadores e não uma massa de jovens manipulados pela mídia e pelo sistema.
A exposição interrogada transforma a informação em conhecimento, e o conhecimento em pratica da fé. O melhor catequista não é o mais eloqüente, mas o que mais instiga e estimula a inteligência.


4. Ser contador de histórias


Educar é contar histórias. Contar histórias é transformar a vida na brincadeira mais séria da sociedade. A vida tem perdas e problemas, ma deve ser vivida com otimismo, esperança e alegria. O mundo é serio e frio demais. As notícias diárias denunciam crimes, desgraças, mortes. Toda esta avalanche de notícias ruins é arquivada na memória dos jovens, gerando cadeias de pensamentos que tornam a vida triste, ansiosa e sem entusiasmo.
Temos de viver com mais suavidade. Aprender a rir das nossas tolices, comportamentos absurdos, manias, medos. Precisamos contar histórias. Os pais precisam ensinar a seus filhos, criando histórias. Os catequistas precisam contar histórias para transmitir o conteúdo da fé com o tempero da alegria e, ás vezes, das lágrimas.
Para contar histórias é necessário exercitar uma voz flutuante, teatralizada, que muda de tom durante a exposição. È preciso produzir gestos e reações capazes de expressar o que as informações lógicas não conseguem.
Há pessoas que não conseguem contar histórias? Não creio. Dentro de cada ser humano, mesmo nos mais formais, há um palhaço que quer respirar, brincar e relaxar. Deixe-o viver. Surpreenda os jovens. Nossos crismandos precisam de encontros agradáveis. Abra um sorriso, abrace os jovens, conte-lhes histórias.
Os jovens poderão esquecer de muitas coisas, mas não esquecerão de suas histórias.


5. Cruzar histórias


Muitas vezes catequistas e crismandos dividem o mesmo espaço, mas não se conhecem. Passam um tempão próximos, mas são estranhos uns para os outros. Que tipo de comunidade é esta que despreza a emoção e nega a história existencial?
Os computadores podem informar os jovens, mas apenas os catequistas são capazes de formá-los. Somente eles podem estimular a criatividade, a superação de conflitos, o encanto pela existência, a educação para a paz, para o consumo, para o exercício dos direitos humanos.
Você catequista tem uma fascinante história que contém lágrimas e alegrias, sonhos e frustrações. Contem essa história em pequenas doses para seus crismandos durante os encontros. Às vezes formamos os jovens para saberem a lidar com a doutrina, mas não sabem lidar com suas próprias dificuldades, conflitos, contradições e desafios. Temos que cruzar nossas histórias coma s histórias de nossos jovens para produzir em nós a consciência de que somos comunidade.


6. Educar a auto-estima: elogiar antes de criticar


Elogio alivia as feridas da alma, educa a emoção e a auto-estima. Elogiar é encorajar e realçar as características positivas. Tem pais e catequistas que nunca elogiam seus filhos e crismandos.
Como ajudar um jovem que falhou, agrediu, teve reações inadmissíveis? Um dos maiores segredos é usar a técnica do elogiar-criticar. Primeiro, elogie algumas características dele. O elogio estimula o prazer, e o prazer abre a mente do jovem. Momentos depois, você pode criticá-lo e levá-lo a refletir sobre sua falha.
Criticar sem antes elogiar obstrui a inteligência, leva o jovem a reagir por instinto, como um animal ameaçado. O ser humano mais agressivo se derrete diante de um elogio, e assim fica desarmado para ser ajudado.
Experimente elogiar as pessoas antes de criticá-las. Sempre há motivo para valorizar. Encontre-os. Depois de elogiá-los, faça a sua crítica, mas fale uma vez só. Não é a repetição das palavras críticas que gera o momento educacional, mas seu registro privilegiado. Se usar esse técnica durante alguns meses, a sua relação com seus crismandos vai se tornar diferente.
Não há jovens problemáticos, mas jovens que estão passando por problemas. Elogie os jovens tímidos, obesos, discriminados, hiperativos, difíceis, agressivos. Encoraje aqueles de quem os outros zombam, os que se sentem diminuídos. Ser catequista é ser promotor de auto-estima.


7. Participar de projetos sociais


Levar os jovens a se comprometer com projetos sociais é importantíssimo. O compromisso social deve ser uma das grandes metas oferecidas aos crismandos. Sem ele, o individualismo, o egoísmo e o controle de uns sobre os outros crescerão.
Promover ou participar de campanhas contra AIDS, drogas, violência, combate á fome pode contribuir para que os jovens sejam saudáveis psíquica e socialmente. È notável que o sistema regente da modernidade embute dentro da personalidade do jovem a idéia de preocupar-se somente consigo.
Os jovens que são determinados, criativos e empreendedores sobreviverão no sistema competitivo. Precisamos formar jovens que façam a diferença no mundo, que proponham mudanças, que resgatem o sentido de suas vidas. Uma das causas que levam milhões de jovens a usar drogas, a ter depressão, a ser alienados e até pensar em suicídio é que eles não têm sentido de vida, nem engajamento social. O tédio os consome. Por isso, numa atitude insana, eles partem para o uso das drogas, como tentativa de aliviar sua ansiedade e angústia, e não apenas para saciar sua curiosidade. Muitos jovens usam drogas como antidepressivos e tranqüilizantes. A caminhada da crisma precisa formar jovens pensadores, sonhadores, líderes não apenas do mundo em que estamos, mas do mundo que somos.
baseado no Livro de Augusto Cury.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Desarmar-se de si mesmo


È necessário chegar a desarma-se de si mesmo. Eu combati esta guerra por anos e foi terrível! Mas estou desarmado. Não tenho mais medo de nada!

Porque o amor joga fora o medo!

Estou desarmado da vontade de ter razão, de justificar-me, menosprezando os outros. Não estou mais na defensiva, enciumado e fechado nas minhas "riquezas".

Acolho e compartilho.

Não estou mais apegado ás minhas idéias, aos meus projetos. Se alguém me apresentar idéias ou projetos, mesmo que não sejam os melhores, porém bons, aceito sem apegos. Eu renunciei a fazer comparações.

Aquilo que é bom, verdadeiro, real, é para mim sempre o melhor.

È por isso que eu não tenho mais medo.

Quando não se tem mais nada, não se tem mais medo.

Quando alguém se desarma, quando alguém se despoja e se abre ao Deus feito Homem que faz novas todas as coisas, então Ele apaga o que não foi bom no passado e nos dá um tempo novo no qual tudo é possivel.

(Atenágoras Patriarca Ecumênico de Constantinopla)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Se tiver coragem leia!

1) Te amo não por quem tu és, mas por quem sou quando estou contigo.

2) Nenhuma pessoa merece tuas lágrimas e quem as merece não te faz chorar.

3) Só porque alguém não te ama como tu desejas, não significa que não te ame com todo o seu ser.

4) Um verdadeiro amigo é quem te pega a mão e te toca o coração.

5) A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca o poderá ter.

6) Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estais triste porque nunca sabes quem podera enamorar-se de teu sorriso.

7) Podes ser somente uma pessoa para o mundo, mas para alguma pessoa tu és o mundo.

8) Não passes o tempo com alguém que não esteja disposto a passá-lo contigo.

9) Quem sabe Deus queira que conheças muita gente enganada antes que conheças a pessoa adequada para que, quando no fim a conheças, saibas estar agradando.

10) Não chores porque já terminou, sorria porque aconteceu.

11) Sempre haverá gente que te machuque. Assim, o que tens de fazer é seguir confiando e só ser mais cuidadoso em quem confias duas vezes.

12) Converte-te em uma melhor pessoa e assegura-te de saber quem és antes de conhecer mais alguém e esperar que essa pessoa saiba quem és.

13) Não te esforces tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperas.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Guerreiros do Amor


Olhe o mundo
Olhe quanta terra a ser cultivada
Olhe quanta gente
Que necessita do teu sim
Que necessita das tuas mãos
É o medo da cruz que te impede?

Escute o teu Senhor:
“Grita a plenos pulmões,
Não te contenhas,
Levanta a tua voz como trombeta
E faze o meu povo ver o meu amor”.
É o medo da cruz que te impede?

Vamos guerreiros do amor
Vamos banhar a terra com nosso sangue
Pois é o nosso sacrifício
Que faz brotar a vida na secura do deserto

Lá está o pobre
Lá está o doente
Lá está o desabrigado
Lá está o desamparado
Tu não vês?
É o medo da cruz que te impede?

A cruz é o descanso do guerreiro
Pois é lá que o Senhor o aguarda
A coroa da vida lhe dará
E sua luz brilhará nas trevas
E da morte dele vidas novas surgirão
Insistirá você em dizer não?

Vamos guerreiros do amor
Vamos banhar a terra com nosso sangue
Pois é o nosso sacrifício
Que faz brotar a vida na secura do deserto


Francisco Nogueira Gonçalves (Chico)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

ABORTO.....

Um feto com 21 semanas precisou passar por uma cirurgia pois tinha sua coluna vertebral fissurada. Veja nessa foto o bebezinho segurando a mão do médico como que procurando um apoio, uma mão amiga nessa hora tão dificil.

Agora eu te pergunto: você continua sendo a favor do aborto dizendo que vida é só após o nascimento?

E se essa mãozinha fosse sua...



Você escolhe

Seus filhos, seus alunos, seus jovens são teus tesouros. Ensine-os a não ter medo da vida, mas a sobreviver ás circunstâncias adversas, pois, mais cedo ou mais tarde, elas virão. Quando elas vierem, não gaste sue energia reclamando, use-a para ter coragem para reagir, para produzir ações inesperadas.

domingo, 6 de julho de 2008

Tenho medo



Tenho medo do tempo, pois ele tem a triste mania de separar pessoas que um dia estiveram juntas.


Tenho medo do tempo, pois ele tem a força de confundir os corações.
Tenho medo de ter medo.


O tempo, a distância, a ausência...
Aos poucos me corroem.


Sem perceber me abrem um vazio.


E desesperado mergulho em minhas lembranças,
penetro no mais intimo de mim
para resgatar a presença na ausência.


Quando dei por mim,
Dentro de mim estava...
a saudade!


Gritava e chamava pelo tempo.


Aquele tempo que não volta mais.


E por aqueles dias que já foram consumidos pelas trevas da noite.


As trevas da solidão e da angustia.


Tenho medo de sentir saudade, pois se sinto saudade é sinal de que algo já não existe, já passou...


Mas, meu maior medo é não sentir saudade,
pois a saudade é uma planta rara que nasce apenas nos corações das pessoas que tiveram a graça de amar um dia.


È a capacidade que temos de não deixar morrer tudo o que um dia foi bonito e gerou vida em nós.


Tudo que nasce do amor é eterno.


A saudade é capaz de eternizar as pessoas que partem.


Tenho medo...de não sentir saudade.
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Bruce

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A águia que quase virou galinha!!!!



Autor: Rubem Alves

Era uma vez uma águia que foi criada em um galinheiro. Cresceu pensando que era galinha. Era uma galinha estranha, o que a fazia sofrer. Que tristeza quando se via refletida nos espelhos das poças d'água, tão diferente! O bico era grande demais, adunco, impróprio para catar milho, como todas as outras faziam. Seus olhos tinham um ar feroz, diferente do olhar amedrontado das demais galinhas, tão ao sabor do amor do galo.
Era muito grande em relação as outras, era atlética. Com certeza sofria de alguma doença. E ela queria uma coisa só: ser uma galinha comum como todas as outras. Fazia um esforço enorme para isso, treinava ciscar com bamboleio próprio, andava meio agachada, para não se destacar pela altura, tomava lições de cacarejo. O que mais queria: que seu cocô tivesse o mesmo cheiro familiar e acolhedor do cocô das galinhas. O seu era diferente, inconfundível. Todos sabiam onde ela tinha estado e riam.
Sua luta para ser igual a levava a extremos de dedicação política. Participava de todas as causas. Quando havia greve por rações de milho mais abundantes, ela estava sempre na frente, fazia discursos inflamados contra as péssimas condições de segurança no galinheiro, pois a tela precisava ser arrumada, estava cheia de buracos (nunca lhe passava pela cabeça aproveitar-se dos furos para fugir, porque o que ela queria não era a liberdade, era ser igual as outras, mesmo dentro do galinheiro).
Pregava a necessidade de uma revolução no galinheiro. Acabar com o dono que se apossava do trabalho das galinhas. O galinheiro precisava de uma nova administração galinácea. (Acabar com o galinheiro, derrubar a cerca, isso era coisa impensável). O que se desejava é que o galinheiro fosse bom, protegido, onde ninguém pudesse entrar – muito embora, o reverso fosse "de onde ninguém pudesse sair".
Aconteceu que, um dia, um alpinista que se dirigia para o cume de uma montanha passou por ali. Alpinistas são pessoas que gostaria de ser águias, não podendo, fazem aquilo que se aproxima mais. Sobem a pés e mãos, até as alturas que elas vivem e voam. E ficam lá, olhando para baixo, imaginando que seria muito bom ser águia e voar.
O alpinista viu a águia no galinheiro e se assustou.
· O que você águia está fazendo no meio das galinhas ? perguntou ele.
Ela pensou que estava sendo caçoada e ficou brava.
· Não me goza, águia é a vovozinha. Sou galinha de corpo e alma, embora não pareça.
· Galinha coisa nenhuma, replicou o alpinista. Você tem bico de águia, olhar de águia, rabo de águia, cocô de águia. É águia. Deveria estar voando... e apontou para minúsculos pontos negros no céu, muito longe, águias que voavam perto do pico da montanha.
· Deus me livre ! Tenho vertigem das alturas, me dá tonteira, o máximo, para mim, é o segundo degrau do poleiro, respondeu ela.
O alpinista então percebeu que a discussão não iria a lugar nenhum. Suspeitou que a águia até gostava de ser galinha. Coisa que acontece freqüentemente. Voar é excitante, mas dá calafrios. O galinheiro pode ser chato, mas é tranqüilo. A segurança atrai mais do que a liberdade.
Assim, fim de papo. Agarrou a águia e a enfiou dentro de um saco, continuou sua marcha para o alto das montanhas. Chegando lá, escolheu o abismo mais fundo, abriu o saco e sacudiu a águia no vazio. Ela caiu aterrorizada, debateu-se furiosamente procurando algo para se agarrar. Mas não havia nada. Só lhe sobravam as asas. E foi então que algo novo aconteceu. Do fundo do seu corpo galináceo, uma águia, há muito tempo adormecida e esquecida, acordou, se apossou das asas e, de repente, começou a voar.
Lá de cima olhou para o vale onde vivera, visto das alturas ele era muito mais bonito. "Que pena que há tantos animais que só podem ver os limites do galinheiro", pensou ela.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Epitáfio


Titãs


Devia ter amado mais

Ter chorado mais

Ter visto o sol nascer

Devia ter arriscado mais

E até errado mais

Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado

As pessoas como elas são

Cada um sabe alegria

E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger

Enquanto eu andar distraído

O acaso vai me proteger

Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos

Trabalhado menos

Ter visto o sol se pôr

Devia ter me importado menos

Com problemas pequenos

Ter morrido de amor...

Queria ter aceitado

A vida como ela é

A cada um cabe alegrias

E a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger

Enquanto eu andar distraído

O acaso vai me proteger

Enquanto eu andar...(2x)

Devia ter complicado menos

Trabalhado menos

Ter visto o sol se pôr...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Viver e não ter a vergonha de ser feliz!!!

O que é, o que é?

Gonzaguinha.

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...Mas e a vida
Ela é maravida
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida e viver
Ela diz que melhor é morrerP
ois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...Viver!
E não ter a vergonha
De ser felizCantar e cantar e cantar
A beleza de serUm eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Desperdício do "NÃO"

Quantas ordens dos pais aos filhos são descumpridas? Que acontece aos filhos desobedientes? A melhor maneira de perder a autoridade é dar ordem que não será cumprida. E esse processo começa na mais tenra idade, quando a criança desobedece aos “nãos” dos pais.
Quantos “nãos” os pais dizem num dia? Numa semana? Durante a infância do filho? São muitos, mas muitos mesmo... Destes, quantos as crianças realmente obedeceram? Todos os demais expressam o desperdício do “não”.
Para recuperar a autoridade essencial á educação, é importante compreender a psicodinâmica da desobediência do “não” e, a partir daí, buscar modificação.
Antes de proibir, é preciso analisar a situação:
· O filho corre forte risco de vida (ser atropelado, brincar com armas, cair perigosamente, pôr na boca produtos tóxicos e venenos, querer acariciar cão bravio e rosnando etc.). Deve ser parado com um “não” forte e incisivo, num grito, enquanto se faz a contenção corporal no braço, na camisa, onde conseguir pegar. È uma emergência, portanto esse deve ser um “não” proibitivo, sem acordos...
· O risco de vida é fraco (brigas sem armas entre irmãos, abuso de jogos/brinquedos/esportes/situações perigosas, radicais ou violentas etc.). O “não” deve ser muito claro e firme, em alta voz, mas sem gritos. Geralmente cabe um acordo e não é tão emergencial. Significa: “Pare (ou cuidado) com isso senão machuca”.
· Filho infringe normas locais em ambientes que requerem comportamento adequado (fura filas, não pára quieto, grita, mexe no que não deve, faz bagunça, incomoda outras pessoas, provoca crianças ou animais de estimação dos outros etc.).
· O filho atrapalha ou incomoda pessoas que precisam comportar.
Então o pai e a mãe devem refletir:
· Se dizer o “não” muito mais por motivos pessoais (impaciência, falta de desinteresse, preguiça, para agradar as visitas) que para educar os filhos.
· E é realmente necessário dizer “não”, pois se falta convicção ele predispõe á desobediência.
A criança que desrespeita o “não” da mãe tende a desrespeitar o “não” de outras pessoas. Além do mais, desenvolve a incapacidade de se controlar, isto é, não consegue dizer “não” a si mesma.
A criança que costumar desacatar o “não” torna-se voluntariosa, impulsiva, instável, imediatista e intolerante, prejudicando os outros e também a si própria. Sua personalidade fica tão frágil que não suporta ser contrariada. Daí insistir, fazer birras e chantagens para conseguir o que quer.
È uma criança infeliz, pois nunca sai satisfeita. Despreza logo o que custou tanto conseguir. O brinquedo que ela “mais queria” é jogado fora sem remorso. Em seguida volta a usar o esquema que todos conhecem para obter outro “sonho da sua vida”. È assim que os pais criam as “crioncinhas”, que depois se transformam em “aborrecentes” não só em casa mas também na escola e sociedade.
Por Içami Tiba

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Liderança é uma tremenda resposanbilidade

Reflita por um momento sobre todos os diferentes papeis de liderança que uma pessoa pode assumir ao longo da vida: gerente, cônjuge, pai, mãe, treinador, professor, pastor, padre e muitos, muitos outros.
Quando nos “alistamos” para ser líder, nos dispomos a assumir uma tremenda responsabilidade. Afinal, seres humanos são confiados aos nossos cuidados e há muita coisa em jogo. Nunca deixo de me espantar com a maneira indiferente e descuidada com que as pessoas lidam com seus papéis de liderança.
Trata-se de uma decisão pessoal e intransferível. A priori, ninguém nos coage a casar ou ser pai e mãe, ou mesmo a receber o cheque de pagamento no final do mês. Da mesma forma que entramos por livre e espontânea vontade, temos toda liberdade para sair. Em suma, nós nos colocamos á disposição de algo grandioso... e muito importante.
Pense a respeito da tremenda responsabilidade de um gerente. Os funcionários passam mais tempo acordados com ele e uns com os outros do que com suas famílias. Além disso, suas carreiras foram confiadas a ele. Serão pessoas melhores em conseqüência dessa convivência com o líder? Ficarão inspiradas a fazer o que é certo e desenvolver positivamente seu caráter?
O supremo teste de liderança é responder positivamente a esta pergunta: cada um desses profissionais vai crescer e se desenvolver em conseqüência da influencia do líder?
E o que dizer de um padre, pastor, professor, treinador ou rabino? Já teve uma pessoa que influenciou de uma maneira positiva ou negativa pelo resto da sua vida? Eu já tive. Como lideres, precisamos refletir sobre o impacto que causamos na vida de outras pessoas e a responsabilidade inerente a essa posição de confiança.A maneira como nos comportamos como chefe afeta o que acontece á mesa do jantar. Qualquer um que já teve um mau chefe pode compreender o que estou falando. Como gosta de dizer Max Depree, autor de Liderança é uma arte: “Liderança é uma profunda interferência na vida de outras pessoas.
Por James C. Hunter.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Educar é...

Educar é viajar pelo mundo do outro sem nunca penetrar nele. È usar o que passamos para nos transformar no que somos. O melhor educador não é o que controla, mas o que liberta. Não é o que aponta erros, mas o que os previne. Não é o que corrige comportamentos, mas o que ensina a refletir. Não é o que enxerga o que é tangível aos olhos, mas o que vê o invisível. Não é o que desiste, mas o que estimula a começar tudo de novo.
O excelente educador abraça quando todos rejeitam, anima quando todos condenam, aplaude os que jamais subiram ao pódio, vibra com a coragem de disputar dos que ficaram nos últimos lugares. Não procura o brilho, mas se faz pequeno para tornar seus filhos, alunos e colegas de trabalho grandes.
O excelente mestre não é o que mais sabe, mas o que mais tem consciência do quanto não sabe. Não é o viciado em ensinar, mas o mais ávido em aprender. Não é o que declara seus acertos, mas o que reconhece suas próprias falhas. Não é o que deposita informação na memória, mas o que expande a maneira de ver, de reagir e de ser. Educar é a tarefa intelectual mais fascinante e, ao mesmo tempo, a que mais revela impotência.
Por Augusto Cury

terça-feira, 24 de junho de 2008

Bom catequista X Catequista fascinante

1. Bons catequistas são eloqüentes, catequistas fascinantes conhecem o funcionamento da mente

Este hábito dos catequistas fascinantes contribui para desenvolver no crismando: capacidade de gerenciar os pensamentos, administrar as emoções, ser líder de si mesmo, trabalhar perdas e frustrações, superar conflitos.

Bons catequistas têm um bom conhecimento da doutrina cristã e transmitem com segurança e eloqüência as informações nos encontros de crisma. Os catequistas fascinantes ultrapassam essa meta. Eles procuram conhecer o funcionamento da mente dos jovens para catequizar melhor. Para eles, cada crismando não mais um jovem, mas um ser humano complexo, com necessidades peculiares.
Os catequistas fascinantes transformam a informação em conhecimento e o conhecimento em experiência.
Toda e qualquer tipo de educação passa por uma crise sem precedentes. Os jovens estão alienados, não se concentram, não têm prazer em aprender e são ansiosos. O palco da mente das jovens de hoje é diferente dos jovens do passado. A qualidade e a velocidade dos pensamentos mudaram. O catequista fascinante precisa entender a mente do jovem e procurar respostas incomuns, diferentes daquelas a que eles estão acostumados.

A síndrome SPA (Sindrome do Pensamento Acelerado)

A televisão mostra mais de sessenta personagens por hora com as mais diversas características e personalidade. Essas imagens são registradas na memória e competem com a imagem dos pais e professores. Os catequistas perdem a capacidade de influenciar no mundo psíquico dos jovens. Seus gestos e palavras não têm impactos emocionais e, conseqüentemente, não sofrem um arquivamento privilegiado capaz de produzir milhares de outras emoções e pensamentos que estimulam o desenvolvimento da inteligência. Freqüentemente é preciso gritar para obter o mínimo de atenção.
A ansiedade da SPA gera uma compulsão por novos estímulos, numa tentativa de aliviá-la. Embora menos intenso, o principio é o mesmo que ocorre na dependência de drogas. Os usuários de drogas usam sempre novas doses para tentar aliviar ansiedade gerada pela dependência. Quanto mais usam, mais dependentes ficam.
Os portadores de SPA adquirem uma dependência por novos estímulos. Eles agitam na cadeira, têm conversas paralelas, não se concentram, mexem com os colegas.


2. Bons catequistas possuem metodologia, catequistas fascinantes possuem sensibilidade

Este hábito dos catequistas fascinantes contribui para desenvolver: auto-estima, estabilidade, tranqüilidade, capacidade de contemplação do belo, de perdoar, de fazer amigos e de socializar.

Bons catequistas falam com a voz, catequistas fascinantes falam com os olhos. Bons catequistas são didáticos, catequistas fascinantes vão além. Possuem sensibilidade para falar ao coração dos crismandos.
Seja um catequista fascinante. Fale com uma voz que expresse emoção. Mude de tonalidade enquanto fala. Assim, você cativará a emoção, estimulará a concentração e aliviará a SPA dos jovens. Eles desacelerarão seus pensamentos e viajarão no mundo de suas idéias.
Um catequista fascinante é mestre da sensibilidade. Ele sabe proteger a emoção nos focos de tensão. Isso significa não deixar que a agressividade e as atitudes impensadas dos seus crismandos roubem a sua tranqüilidade. Entende que os fracos excluem, os fortes acolhem, os fracos condenam, os fortes compreendem. Ele procura acolher cada jovem e compreende-lo, mesmo os mais difíceis.
Os catequistas são insubstituíveis porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a sensibilidade, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos.

3. Bons catequistas educam inteligência lógica, catequistas fascinantes educam a emoção.

Este habito de catequistas fascinantes contribui para desenvolver: segurança, tolerância, solidariedade, perseverança, proteção contra estímulos estressantes, inteligência emocional e interpessoal.

Bons catequistas ensinam seus crismandos a explorar o mundo em que estão do imenso espaço ao pequeno átomo. Catequistas fascinantes ensinam os jovens a explorar o mundo que são, o seu próprio ser. Sua educação segue as notas da emoção. A emoção pode transformar ricos em paupérrimos, intelectuais em crianças, poderosos em frágeis seres.
Eduque a emoção com inteligência. E o que é educar a emoção? È estimular o jovem a pensar antes de reagir, a não ter medo do medo, a ser líder de si mesmo, autor da sua história, a saber filtrar estímulos estressantes e a trabalhar não apenas com fatos lógicos e problemas concretos, mas também com contradições da vida. Educar a emoção também é se doar sem esperar retorno, ser fiel á sua consciência, extrair prazeres dos pequenos estímulos da existência, saber perder, correr riscos para transformar os sonhos em realidade, ter coragem para andar por lugares desconhecidos.
Infelizmente mergulhamos na sociedade sem qualquer preparo para viver. Somos vacinados desde a infância contra vírus e bactérias, mas não recebemos nenhuma vacina contra as decepções, frustrações e rejeições. Quantas lagrimas, doenças psíquicas, crises no relacionamento e até suicídios poderiam ser evitados com a educação da emoção. Temos que formar jovens que tenham uma emoção rica, protegida e integrada.

4. Bons catequistas usam a memória como deposito de informações, professores fascinantes usam-na como suporte da arte de pensar

Este hábito dos catequistas fascinantes contribui para desenvolver: pensar antes de reagir, expor e não impor as idéias, consciência crítica, capacidade de debater, de questionar e de trabalhar em equipe.

Bons catequistas usam a memória como armazém de informações, catequistas fascinantes usam a memória como suporte da criatividade. Bons catequistas cumprem o conteúdo programático dos encontros, catequistas fascinantes também cumprem o conteúdo programático, mas seu objetivo fundamental é ensinar os crismandos a serem pensadores e não repetidores de informações.
A educação clássica trasnformou a memória humana num banco de dados. A memória não tem essa função. Ocupamos um espaço precioso da memória com informações pouco úteis e ate inúteis. O objetivo da memória não é dar suporte para a lembrança, mas para a reconstrução criativa do passado. A memória clama para que o ser humano seja criativo, mas a educação clássica clama para que seja repetitivo. A memória humana é um canteiro de informações e experiências para que cada um de nós produza um fantástico mundo de idéias. Aonde chegamos depende do quanto libertamos a arte de pensar.
Os encontros de crisma deveriam promover a criatividade, estimular o desenvolvimento do livre pensamento, cultivar o raciocínio, expandir a capacidade de argumentação dos crismandos. Temos de estimular nossos jovens a abrir as janelas da mente, a ter ousadia para pensar, questionar, debater, romper paradigmas. Catequistas fascinantes formam pensadores que são autores da sua história.

5. Bons catequistas são mestres temporários, catequistas fascinantes são mestres inesquecíveis.

Este hábito dos catequistas fascinantes contribui para desenvolver: sabedoria, sensibilidade, afetividade, serenidade, amor pela vida, capacidade de falar ao coração, de influenciar pessoas.

Um bom catequista é lembrado no tempo da crisma. Um catequista fascinante é um mestre inesquecível. Um bom catequista procura os crismandos, um catequista fascinante é procurado por eles. Um bom catequista é admirado, um catequista fascinante é amado.
Ser um mestre inesquecível é formar seres humanos que farão diferença no mundo. Seu testemunho marca para sempre a memória de seus jovens. O tempo pode passar e as dificuldades podem surgir, mas as sementes de um catequista fascinante jamais serão destruídas. Temos o exemplo de Jesus. As sementes que ele plantou nos solos da memória dos seus discípulos inspiraram a inteligência, libertaram a emoção, romperam o cárcere do medo, fizeram dos jovens galileus, tão despreparados da vida, uma casta de finos pensadores. Jesus se tornou o mestre inesquecível porque arejou a mente humana com a habilidade de pensar. Nunca alguém tão grande se fez tão pequeno para tornar grandes os pequenos.
Seja um catequista fascinante. Inspire a inteligência dos seus crismandos, leve-os a enfrentar seus desafios e não apenas a ter cultura informativa. Estimule-os a gerenciar seus pensamentos e a ter um caso de amor com a vida.
Transmita sua experiência de vida. As experiências são cravadas no coração.

6. Bons catequistas corrigem comportamentos, catequistas fascinantes resolvem conflitos nos encontros de crisma

Este hábito dos catequistas fascinantes contribui para desenvolver: superação da ansiedade, resolução de crises interpessoais, socialização, proteção emocional, resgate da liderança do eu nos focos de tensão.

Bons catequistas corrigem o comportamento agressivo do crismando. Catequistas fascinantes resolvem conflitos nos encontros de crisma. Entre corrigir comportamentos e resolver conflitos há uma distância maior que do que imaginamos. Resolver conflitos durantes os encontros é um tema novo em nossa realidade.
Em primeiro lugar é preciso conhecer a síndrome SPA. Em segundo, os catequistas necessitam proteger sua emoção diante do calor dos conflitos dos crismandos, caso contrario, um atrito poderá desgastá-lo profundamente. Em terceiro lugar, diante de qualquer atrito, ofensa ou crise entre os crismandos ou dos crismandos com o catequista, a melhor resposta é não dar resposta alguma. Nos primeiros trinta segundos em que estamos tensos, cometemos nossos piores erros, nossas piores atrocidades. No calor da tensão, seja amigo do silêncio, respire fundo.
Por que usar a ferramenta do silêncio? Porque emoção fecha o território da leitura da memória, obstruindo a construção de cadeias de pensamentos. Deste modo, reagimos por instinto, como animais, e não com a inteligência.
Em quarto lugar, não procure dar lição de moral em foi agressivo. Este procedimento é usado desde a idade pedra e não é eficaz, não gera um momento educacional, pois a emoção do agressor está tensa, e sua inteligência, obstruída.
O que fazer? Surpreenda seus alunos. Leve-os a pensar, a mergulhar dentro de si mesmos, a se confrontar consigo mesmos. Não é uma tarefa fácil, mas é possível. Se o jovem for agressivo, seja bondoso. Se ele gritar, fale normalmente e educação. Assim você irá surpreendê-lo. O afeto e a inteligência curam as feridas da alma.

7. Bons catequistas educam para o sacramento da crisma, catequistas fascinantes educam para a vida


Este hábito dos catequistas fascinantes contribui para desenvolver: solidariedade, superação de conflitos psíquicos e sociais, espírito empreendedor, capacidade de perdoar, de filtrar estímulos estressantes, de escolher, de questionar, de estabelecer metas.

Um bom catequista prepara seus jovens para o sacramento da crisma, um catequista fascinante os educa para a vida. Catequistas fascinantes são cristãos revolucionários. Os mestres fascinantes podem ser desprezados e ameaçados, mas sua força é imbatível. São incendiários que inflamaram a sociedade e a comunidade com o calor da sua inteligência, compaixão e singeleza. São fascinantes porque são livres, são livres porque pensam, pensam porque amam solenemente a vida.
Os catequistas fascinantes são promotores de auto-estima. Dão uma atenção especial aos alunos desprezados, tímidos e que recebem apelidos pejorativos. Como poetas, estendem a sua mão e mostram-lhes sua capacidade interior. Estimulam-nos a usar a dor como adubo para seu crescimento. Deste modo os catequistas preparam os jovens para sobreviver nas tormentas sociais.
Os catequistas fascinantes objetivam que seus alunos sejam lideres de se mesmos. Proclamam de diversas formas em sala de aula aos seus crismandos: “Que vocês sejam grandes cristãos. Dêem testemunho, não tenham medo de falhar. Se falharem, não tenham medo de chorar. Se chorarem, repensem a sua vida, mas não desistam. Dêem sempre uma nova chance a si mesmos.”
Digam também aos jovens nas suas maiores tribulações: “Os perdedores vêem os raios. Os vencedores vêem a chuva e com ela a oportunidade de cultivar. Os perdedores paralisam-se diante de suas perdas e frustrações. Os vencedores vêem a oportunidade de mudar tudo de novo. Nunca desistam de seus sonhos.”
Prepare seus crismandos para explorarem o desconhecido, para não terem medo de falhar, mas medo de não tentar. Ensine-os a conquistar experiências originais, através da observação de pequenas mudanças e da correção de grandes rotas.
Leve os jovens a ter flexibilidade no trabalho e na vida, pois só não muda de idéia quem não é capaz de produzi-la. Leve-os a extrair de cada lágrima uma lição de vida.
Baseado no livro "Pais brilhantes, professores fascinantes" do Psiquiatra, cientista e autor Augusto Cury. pags 57 a 81.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Jovens filosofando: loucura ou sanidade?!


Francisco Nogueira Gonçalves – Professor de Filosofia do Estado de São Paulo



Foi aprovada, recentemente no Brasil, no dia sete de julho de 2006, a obrigatoriedade da Filosofia como disciplina específica dos currículos do Ensino Médio. A aprovação do Projeto de Lei (Ministério da Educação/CNE - Parecer nº 38/2006) está acompanhada de uma série de questões, ou seja, o quadro em que se insere a disciplina Filosofia continua problemático. Algumas perguntas são pertinentes: que prestígio tem essa disciplina diante de alunos que buscam no Ensino Médio o caminho para a aprovação no vestibular ou, mesmo para aqueles educandos que não poderão prestar vestibular porque deverão ingressar no mercado de trabalho como forma de sobrevivência? Qual o sentido da Filosofia, quando o mundo está mergulhado em questões de eficiência, de resolução de problemas concretos, de tecnologias avançadas capazes de produzir cada vez mais informação em menos tempo? Por que o aluno do ensino médio deve ter acesso aos conhecimentos de Filosofia? Qual a importância de tais conteúdos para a formação e vida destes estudantes? E a mais freqüente: qual a utilidade da Filosofia?
Muitas pessoas já disseram: “A filosofia é a ciência pela qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual”, ou “o filósofo é uma pessoa em um quarto escuro, com vendas nos olhos procurando um gato preto que não está lá”. Zombarias a parte, realmente a filosofia não possui utilidade comercial. Ninguém chega a uma loja e pede: “Veja para mim dois quilos de Categorias a priori de Kant, por favor!” ou “Qual o preço da tolerância religiosa de Voltaire?”. Se as pessoas estão visando lucro por meio dos conhecimentos filosóficos ficarão de mãos atadas.
As idéias e problemas da Filosofia não são inúteis, como muitos pensam, mas são coisas vivas que não servem simplesmente para que o jovem se forme, arranje bom emprego, tenha uma casa e um carro e morra tranqüilamente com idade avançada. O ser humano é muito mais que isso. A Filosofia estimula a pessoa a sair da mediocridade e a não falar “as coisas são assim mesmo”, mas dizer “as coisas não podem ser assim”. Essa ciência pode mostrar aos jovens como viver melhor, analisando sempre a brevidade da vida. Pode mostrar que a vida também é preciosa demais e difícil demais para que nos resignemos a vivê-la de qualquer jeito. Mas qual é o caminho percorrido pela filosofia para que o jovem encontre as conclusões supracitadas?
Primeiramente, ela estimula um olhar para si, algo que poucas pessoas fazem atualmente, pois têm medo do autoconhecimento tão necessário para a auto-educação e auto-realização. E, depois de estimular as pessoas a “olharem-se no espelho”, a filosofia motiva o pensar com autonomia. Meu Deus! Como carecemos de novos pensadores, de pessoas que rompam com os preconceitos, dogmas e paradigmas e que, além de refletir, possuam uma atitude revolucionária.
Alguns afirmam que “filosofia é coisa de louco”. Um aluno meu perguntou-me certa vez: “A filosofia está associada à loucura?”. Achei uma das mais brilhantes perguntas que já fizeram para mim, pois a resposta é interessante. Respondi a este jovem que se a loucura estava ligada a não aceitar as coisas como são, a ser crítico, a ser apaixonado pela verdade e, se necessário, morrer por um ideal, sim, a filosofia está associada à loucura. Percebemos estas características nos grandes homens da história: Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho, Descartes, Galileu, Luther King, Gandhi (e tantos outros) e o maior de todos, Jesus Cristo.
Sócrates dizia que “uma vida sem busca não é digna de ser vivida”: isto significa que o sentido de uma vida se faz por meio de uma procura consciente de construção de sua própria história. Por isso que, uma das principais funções da filosofia é fazer com que o adolescente perceba que ele faz parte da história, que ele tem uma história, que ele é construtor da sua própria história e que, principalmente, deve-se sempre ser fiel à própria consciência.
Portanto, trabalhando a Filosofia com seu real potencial, será possível conduzir o jovem ao desenvolvimento intelectual e desenvolvimento do pensamento criativo, reflexivo e intencional, para poder dizer “não” a todo tipo de alienação, pois a Filosofia é um questionamento radical das coisas onde se busca as verdades primeiras e últimas, mas também é, e talvez antes de mais nada, crítica das ilusões, dos preconceitos, das ideologias. Toda filosofia é um combate. Sua arma? A razão. Seus inimigos? A tolice, o fanatismo, o obscurantismo. Seus aliados? As ciências. Seu objeto? O todo, com o homem dentro. Ou o homem, mas no todo. Sua finalidade? A sabedoria: a felicidade, mas na verdade. É uma pena que tantos ainda tenham receio de aceitar a “semente perturbadora da paz” da Filosofia.


Francisco Nogueira Gonçalves – Professor de Filosofia do Estado de São Paulo

quinta-feira, 13 de março de 2008

A menina e o pássaro encantado

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...
Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.
"- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você...".
E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro. Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.
"... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes."
E de novo começavam as estórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.
Mas chegava sempre uma hora de tristeza.
"- Tenho que ir", ele dizia.
"- Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar....".
"- Eu também terei saudades", dizia o pássaro. - Eu também vou chorar. Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudades. Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar."
Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite. Imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada. "- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz".
Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.
Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu.
Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.
"- Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias... Sem a saudade, o amor irá embora..."
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.
Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava.
E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo... Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola.
"- Pode ir, pássaro, volte quando quiser...".
"- Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar...".
E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.
"- Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo...".
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos...
"- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje..."
Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro. Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar.
Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama...
E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: "- Quem sabe ele voltará amanhã..."
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.
Rubem Alves