Seja bem vindo!

Sou pároco da Paróquia São Judas Tadeu de Poços de Caldas - Coordeno a Pastoral da Juventude Setor Poços - Diocese de Guaxupé - vivo para servir e sirvo para viver!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O bambú

Era uma vez, não me lembro bem onde. Só sei que havia lá um lindo jardim que só de vê-lo era um sonho. Ficava ali mesmo, em frente da casa do senhor, que não resistia à tentação de passar por ali todas as tardes a saborear a brisa e a sombra. No jardim, quase ao centro, uma cana de bambu chamava logo a atenção. Alta, elegante, bela como poucas. Não admira que o senhor tivesse um fraco por ela.

Por ser bela, mas talvez também por crescer mais que todas as outras plantas, talvez por se manter retilínea e graciosa, não obstante os ventos do inverno e os calores do verão. A cana bem sabia desta preferência do seu senhor e toda se lisonjeava. Um belo dia, o senhor aproximou-se dela, um pouco constrangido, como se tivesse más notícias para dar. E quase sem levantar o olhar, disse-lhe timidamente :

- “ Caro bambu, preciso de ti.” Foi uma maravilha.

-“ Senhor – diz o bambu, feliz como nunca – sou todo teu; faz de mim o que quiseres.” Bom de ouvir, se não fosse o que vem a seguir:

- “ Bambu – o senhor não sabia mesmo por onde começar – para usar os teus serviços, vou precisar de te abater.”

- “ Abater-me?” O senhor não podia estar falando sério. Então para que fizera dele a mais bela árvaore do seu jardim? “Não, por favor, tudo menos isso.”

O senhor não se zangou. Quem é que aceita uma coisa destas sem espernear? Mas também não desistiu.

- “Meu caro bambu, se não te abater, não posso usar-te.”

E ficaram os dois em silêncio, sem nenhum saber o que dizer. Até o vento parou e os pássaros se detiveram sem um pio para cantar. Lentamente, muito lentamente, o bambu inclinou as folhas, lindas que nem sei, e disse, muito baixinho, quase como um segredo que custa dizer:

- Senhor, se não podes usar-me sem me abater, faz de mim o que quiseres e está bem, abate-me.”

- “Meu caro bambu – disse de novo o senhor – eu ainda não te disse tudo: não devo só abater-te, mas preciso tirar-te as folhas e os ramos.”

- “Ó senhor, não me faças isso; deixa-me ao menos as folhas e os ramos, que farei eu no jardim?”

E outra vez o senhor:

- “Se não posso tirar-te as folhas e os ramos não poderei usar os teus serviços.”

Então o sol não quis ouvir mais e escondeu-se; e os pássaros fugiram do jardim para não saberem do resto. E a tremer, o bambu consegui ainda dizer:

- “Está bem, senhor, corta-as.”

- “Meu caro bambu, tenho ainda uma coisa que me custa muito a pedir-te. Terei que cortar-te em dois e tirar-te o miolo. Sem isso não poderei usar-te.”

O bambu já não pôde falar; inclinou-se por terra e ofereceu-se todo ao seu senhor. Assim o senhor do jardim abateu o bambu, tirou-lhe os ramos e as folhas, partiu-o em dois e extraiu-lhe o miolo. Depois levou o bambu para junto de uma fonte de água fresca que ficava perto do seus campos, que há muito morriam de sede, ali à beira da fonte. E com todo o carinho, ligou uma ponta do bambu à fonte e a outra ao campo. A fonte dava água, o bambu começou a levar a água para o capo que há tanto tempo esperava por ela. E o campo começou a reverdecer.

Quando a primavera chegou, o senhor semeou ali arroz e os dias foram passando até que a semente cresceu, o tempo da colheita chegou e o senhor pôde alimentar toda a sua casa. Quando era grande e belo e graciosa, o bambu vivia e crescia só para si e gostava de se ver assim, esbelto e elegante. Agora, humilde e deitado por terra, tinha-se transformado num canal que o senhor usava para alimentar a sua casa e tornar fecundo o seu reino.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Pais maus

Quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado e dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queremos pagar”.
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. Mais do que tudo: Eu os amei o suficiente para dizer-lhes“não”, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso, e alguns momentos até me odiaram. Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estamos contentes, vencemos! Porque no final vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães; quando eles lhes perguntarem se seus pais eram maus, meus filhos vão lhes dizer: “Sim, nossos pais eram maus. Eram os pais mais malvados do mundo.”
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer pão, frutas e vitaminas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne e legumes. E eles nos obrigavam a jantar à mesa, bem diferente dos outros pais que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Eles insistiam em saber onde estávamos à toda hora. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Papai insistia para que lhe disséssemos com quem iríamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, maseles “violavam as leis do trabalho infantil”. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruel. Eu acho que eles nem dormiam à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Eles insistiam sempre conosco para que disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde. O papai, aquele chato, levantava para saber se a festa foi boa só para ver como estávamos ao voltar.
Por causa de nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência: Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. Foi tudo por causa deles.
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo de tudo para sermos “PAIS MAUS”, como os nossos foram.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Lenda Árabe

Diz uma linda lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e em um determinado ponto da viajem discutiram. O outro ofendido, sem nada dizer, escreveu na areia: “Hoje meu melhor amigo me bateu no rosto”.

Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra: “Hoje meu melhor amigo salvou a minha vida”.
Intrigado, o amigo perguntou:
- Porque depois que te bati, você escreveu na areia e agora escreveu na pedra?
Sorrindo o amigo respondeu:

- Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; porém quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração onde vento nenhum do mundo poderá apagar.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Já pensou nisso?

O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica vendo televisão,significa que...está em casa!

A desordem que tenho que limpar depois de uma festa,significa que...estivemos rodeados de familiares e amigos!

As roupas que estão apertadas,significa que...tenho mais do que o suficiente para comer!

O trabalho que tenho em limpar a casa,significa que...tenho uma casa!

Não encontro estacionamento,significa que...tenho carro!

Os gritos das crianças,significa que...posso ouvir!

O cansaço no final do dia,significa que...posso trabalhar!

O despertador que me acorda todas as manhãs,significa que...estou vivo!