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Sou pároco da Paróquia São Judas Tadeu de Poços de Caldas - Coordeno a Pastoral da Juventude Setor Poços - Diocese de Guaxupé - vivo para servir e sirvo para viver!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Desperdício do "NÃO"

Quantas ordens dos pais aos filhos são descumpridas? Que acontece aos filhos desobedientes? A melhor maneira de perder a autoridade é dar ordem que não será cumprida. E esse processo começa na mais tenra idade, quando a criança desobedece aos “nãos” dos pais.
Quantos “nãos” os pais dizem num dia? Numa semana? Durante a infância do filho? São muitos, mas muitos mesmo... Destes, quantos as crianças realmente obedeceram? Todos os demais expressam o desperdício do “não”.
Para recuperar a autoridade essencial á educação, é importante compreender a psicodinâmica da desobediência do “não” e, a partir daí, buscar modificação.
Antes de proibir, é preciso analisar a situação:
· O filho corre forte risco de vida (ser atropelado, brincar com armas, cair perigosamente, pôr na boca produtos tóxicos e venenos, querer acariciar cão bravio e rosnando etc.). Deve ser parado com um “não” forte e incisivo, num grito, enquanto se faz a contenção corporal no braço, na camisa, onde conseguir pegar. È uma emergência, portanto esse deve ser um “não” proibitivo, sem acordos...
· O risco de vida é fraco (brigas sem armas entre irmãos, abuso de jogos/brinquedos/esportes/situações perigosas, radicais ou violentas etc.). O “não” deve ser muito claro e firme, em alta voz, mas sem gritos. Geralmente cabe um acordo e não é tão emergencial. Significa: “Pare (ou cuidado) com isso senão machuca”.
· Filho infringe normas locais em ambientes que requerem comportamento adequado (fura filas, não pára quieto, grita, mexe no que não deve, faz bagunça, incomoda outras pessoas, provoca crianças ou animais de estimação dos outros etc.).
· O filho atrapalha ou incomoda pessoas que precisam comportar.
Então o pai e a mãe devem refletir:
· Se dizer o “não” muito mais por motivos pessoais (impaciência, falta de desinteresse, preguiça, para agradar as visitas) que para educar os filhos.
· E é realmente necessário dizer “não”, pois se falta convicção ele predispõe á desobediência.
A criança que desrespeita o “não” da mãe tende a desrespeitar o “não” de outras pessoas. Além do mais, desenvolve a incapacidade de se controlar, isto é, não consegue dizer “não” a si mesma.
A criança que costumar desacatar o “não” torna-se voluntariosa, impulsiva, instável, imediatista e intolerante, prejudicando os outros e também a si própria. Sua personalidade fica tão frágil que não suporta ser contrariada. Daí insistir, fazer birras e chantagens para conseguir o que quer.
È uma criança infeliz, pois nunca sai satisfeita. Despreza logo o que custou tanto conseguir. O brinquedo que ela “mais queria” é jogado fora sem remorso. Em seguida volta a usar o esquema que todos conhecem para obter outro “sonho da sua vida”. È assim que os pais criam as “crioncinhas”, que depois se transformam em “aborrecentes” não só em casa mas também na escola e sociedade.
Por Içami Tiba

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa Bruce!! Bela aula de educação hein?? De padre para psicologo...kkk!! Beijos