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Sou pároco da Paróquia São Judas Tadeu de Poços de Caldas - Coordeno a Pastoral da Juventude Setor Poços - Diocese de Guaxupé - vivo para servir e sirvo para viver!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Retiro Espirituais, nova forma de evangelizar os Jovens


Optou-se fazer retiro com os adolescentes em finais de semana. O retiro, mais próximo do que Jesus mesmo fez com seus discípulos, possibilita uma conivência vital entre as pessoas, de forma a se ver os pontos positivos e os negativos delas e se poder trabalhar isso durante os encontros. È a convivência vital que cria o grupo, a comunidade. Sem isto, não pode haver discipulado real.
O retiro possibilita uma coisa que não se tem na maioria das catequeses semanais: acompanhamento de convivência, de espiritualidade, de liturgia e de leitura bíblica, alem da sadia separação dos pais. Também o retiro possibilita que se possa ter uma equipe de catequistas de crisma, que não trabalhe de forma individual, mas que forme um grupo de catequistas monitores. Não adianta apenas dizer aos jovens o que eles devem fazer ou como se devem comportar. È preciso que eles tenham modelos de comportamento e de vivencia em pessoas mais velhas que não se comportem como seus pais. Nesse estagio, os adolescentes precisam de adultos significativos e não pessoas que se comportem como seus pais. Mas, um retiro apenas não basta. Esta é a limitação desses retiros. Sem mais acompanhamento, o retiro se perde em si mesmo. È preciso continuidade e acompanhamento.
Embora todos falem de em encontros, a dinâmica pedagógica que está detrás de muitas das nossas catequeses é de uma aula, seja criativa ou não. Em retiros, os catequistas são obrigados a formar uma equipe de confecção de retiros e a se reunir periodicamente para o planejamento e a aplicação conjunta de técnicas, orações, limpezas e etc.
Retiros permitem trabalhar o elemento surpresa, a novidade, o lazer, as amizades que se formam. Ao tirar o adolescente da sua rotina familiar e educacional, os adolescentes recebem os retiros como algo positivo. As paróquias que adotam um retiro anual antes da crisma já perceberam que muita cosia muda depois do retiro: os adolescentes ficam mais integrados e mais motivados. Assim, outras paróquias mudaram o retiro para o inicio do ano catequético, assim os jovens, começam motivados.
Nada de dar catequeses semanais. Os retiros são atividades únicas para os adolescentes e devem considerar o conteúdo resumido da catequese de crisma. Após esta caminhada de retiros de final de semana, pousando e convivendo juntos, os adolescentes já têm histórias e amizades suficiente para formar um grupo de jovens. A proposta é que os retiros sejam eles mesmos um meio de evangelizar dos adolescentes e jovens para uma caminhada conjunta na Igreja.
O crescente aumento da adolescência preocupa muitos os pais e muitos adultos. Cada vez mais os adolescentes tendem a se tornar dependentes dos seus pais e estes dependem de suas crianças crescidas. Os retiros permitem criar um espaço de autonomia ao ir criando um distanciamento e uma ruptura monitorada entre pais e filhos, saindo do espaço familiar e criando um espaço de convivência entre os jovens. Por isso, é muito importante que os retiros sejam o fim de semana completo: de sexta á noite ao domingo de tarde. Os retiros vão constituir um espaço onde eles aprenderão a ser Igreja sem a exigência demasiado dura de adultos moralistas. Por isso, os retiros devem criar espaço de relacionamento que valorizem os esforços e a criatividade, minimizando e corrigindo erros de forma pedagógica e progressiva.
Muita catequese de crisma se resume em apenas a repetição do conteúdo da Primeira Eucaristia, com um pouco mais de aprofundamento e isso não avança no aprofundamento de vida cristã dos adolescentes. Os retiros devem usar linguagens e metodologias que eles entendam e sejam criativas. Os retiros não serão lugares de lazer, mas lugares em que o lazer faça parte da metodologia catequética, possibilitando uma interatividade entre eles, entre catequistas e de todos com Cristo: a espiritualidade deve contemplar momentos fortes, com liturgias contextualizadas.
Os trabalhos em grupos devem gerar discussões e ir levando os crismandos a perceber a proposta de Jesus para a Igreja, a pessoa e a sociedade, tendo em vista o Reino de Deus. Por isto, o trabalho criativo com a bíblia e seu conteúdo adquire grande importância nestes retiros.
Os retiros não podem ser formas de tutelar os adolescentes, mas pelo contrario, precisam ser espaços de emancipação deles. Assim, eles devem ser estimulados a servir e aprender a servir. A organização do encontro deve ficar a cargo de uma equipe, mas eles não devem ser isentos de responsabilidades. Começando de trabalhos pequenos, devem ir assumindo trabalhos mais complexos, como preparar e criar liturgias, ajudar na avaliação, etc. Servir é uma atitude a se ensinar na catequese, pois faz parte da caminhada de um discípulo do Senhor Jesus.
Uma falha importante na catequese de crisma é que ela não trabalha conjuntamente com os pais e padrinhos dos jovens. Uma forma simples é escalar os pais e padrinhos para assumir a cozinha e parte da organização do encontro.
Os adolescentes parecem ser mais exigentes com a Igreja do que ela com eles. Estão esperando que a Igreja levo-os a serio. Eles querem um espaço e um método que traduza a afirmação de que eles são interlocutores da Igreja.
Não é verdade que os adolescentes não querem nada com a Igreja. O que eles não querem é uma Igreja sem projeto e que não os levem a serio. È preciso mais que um bom show para ter os adolescentes na Igreja. È preciso faze-los se apaixonar por Jesus Cristo. Este é o desafio de nossa catequese. Sem discipulado em grupo e sem esforço coletivo, a catequese vai ser apenas aula religião.




Bruce Eder,


Paulo Fernando, Em foco olhares. Abril de 2007.

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